Fonte: www.pagina20.com.br

A Prefeitura de Rio Branco, através da Coordenação de Economia Solidária e Agricultura familiar (CESAF), do Saerb e das associações de moradores, está desenvolvendo um projeto de horticultura nos bairros Palheiral, Boa União, Laélia Alcântara, Rui Lino e Montanhês. O objetivo da ação é reaproveitar espaços urbanos vazios e transforma-los em áreas produtivas servindo de complemento de renda para famílias carentes.

O projeto da CESAF, denominado, “Agricultura familiar urbana, ocupação produtiva dos vazios urbanos”, já existe há quatro anos. Durante esse período, a equipe de coordenação identificou as áreas, selecionou os moradores interessados, forneceu as ferramentas, preparou a terra para receber as sementes das hortaliças e presta o assessoramento técnico para os produtores.

Segundo o coordenador Cláudio Jorge Carvalho, o projeto é realizado por meio da parceria firmada com alguns órgãos municipais e com a comunidade dos bairros. “Estamos utilizando apenas espaços públicos para montar essas hortas. A comunidade é quem cuida da manutenção do local, sendo o fruto dessa parceria uma fonte de renda para essas pessoas”. Afirma.

Em 2009 o projeto contará com recurso próprio, oriundo do Programa de Gestão Participativa (PGP), que vai fortalecer as ações do projeto como a construção de estufas e sistema de irrigação entre outras.

A produtora Maria Aucilene trabalha na Horta localizada no centro de preservação do Palheiral e diz que a iniciativa ajudou muito sua família, pois ela e o marido estavam desempregados. Com a venda de hortaliças a produtora diz ter uma renda média de R$ 500 por mês.

Segundo Maria Aucilene, a horta foi plantada no mês de setembro e já está fazendo a diferença na comunidade “Eu sou muito agradecida por essa oportunidade. Agora estamos podendo trabalhar e garantir o sustento da nossa família e ainda complementar a alimentação com as verduras que nós mesmos cultivamos. A comercialização é feita por um preço bem mais em conta para que toda a comunidade seja beneficiada”, afirma.

Para o morador Edmar Severino, a iniciativa da prefeitura veio em boa hora, tanto para ajudar essas famílias que estavam sem condições financeiras de se manterem, como também para os moradores em geral, que ganharam com a qualidade do produto oferecido.

“Aqui a gente vê a forma com que eles trabalham e de onde tiram a água para regar essas verduras, sem falar no preço que é bem mais barato e a quantidade que é bem maior. Sou cliente desde que a horta começou a funcionar e não tenho reclamações. Somente elogios. Eles não usam agrotóxicos e nós ganhamos na qualidade do que vamos consumir”, destaca.

Ele acrescenta ainda que o bem estar da comunidade também foi favorecido. Antes o espaço era um terreno baldio habitado por ratos e gerava gasto para os cofres públicos, já que a prefeitura sempre tinha que fazer a manutenção de uma área improdutiva. “O espaço está sendo bem aproveitado, e agora, quando abrimos a janela, nos deparamos com uma horta verdinha e bem cuidada”, relata.