Fonte: Grito dos Excluídos do Distrito Federal (grito_excluidos_df@grupos.com.br)

A região Centro-Oeste do Brasil tem sido, desde a década de 1960, considerada o “celeiro do Brasil”, recebendo grandes investimentos visando ampliar a produção agrícola e pecuária, colocando em risco o equilíbrio ecológico e social desta região. Tal modelo de desenvolvimento exige e continuará exigindo um novo desenho na infra-estrutura regional o que provoca uma desestruturaçã o territorial e conseqüentemente um aumento dos conflitos socioambientais. Essa crise tende a se agravar caso se concretize os projetos previstos na nova matriz agroenergética.

A realidade do Centro-Oeste está diretamente relacionada com o modelo de financiamento do desenvolvimento. Instituições Financeiras Multilaterais (IFMs) como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Grupo Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em conjunto com as transnacionais, vêm historicamente promovendo a implementação de políticas neoliberais de abertura financeira e comercial, bem como para a mercantilizaçã o da vida. Além de impor a priorização de projetos voltados para a exportação e limites aos gastos sociais a fim de garantir orçamento para os serviços da dívida, acordos desse tipo prevêem reformas estruturais, como privatizações e flexibilizações nas leis trabalhistas e ambientais. Para garantir ainda mais os interesses das transnacionais, as IFMs também promovem programas de conexão de infra-estrutura voltados para o livre-comércio, como a Iniciativa de Integração da Infra-estrutura da Região Sul Americana (IIRSA).

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula, elaborado nesse mesmo contexto, e o atual papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) coloca com ainda mais urgência a necessidade de discutir o desenvolvimento que queremos para o Brasil. As obras previstas na IIRSA e no PAC têm grandes aportes de recursos de IFMs e do BNDES, e são localizados em regiões estratégicas para o país, objetivando viabilizar a integração dos mercados nacional e sul-americano. É para aprofundar a discussão sobre esse modelo de desenvolvimento e fortalecer a construção de alternativas, que convidamos a sua entidade para participar dessa oficina.

O evento acontecerá entre os dias 04 e 06 de julho em Goiânia (GO).

Proposta de Programação

Dia 04 de julho

Abertura

20:00: Apresentação da oficina, objetivos, agenda e participantes

Dia 05 de julho

Início de conversa: as IFMs, a IIRSA e o Centro-Oeste

8:00 às 12:00 O que são as IFMs? Onde estão e como atuam na definição do modelo de desenvolvimento do País e Região?

12:00 às 14:00 Almoço

14:00 às 16:00 A Iniciativa para a Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana (IIRSA)

16:00 às 16:30 Intervalo

16:30 às 18:30 A atuação das IFMs e a IIRSA no Centro-Oeste

Dia 06 de julho

Construindo alternativas e o controle social

7:30 Café da manhã

8:00 às 9:30 A importância da ação Coletiva

9:30 às 09:45 Intervalo

9:45 às 11:15 O papel dos parlamentos

11:15 às 12:30 Estreitando laços

A Rede Brasil, Jubileu Sul e ABONG (atuação; prioridades e como participar);

Definindo agenda regional.

12:30 Encerramento

13:00 Almoço

Realização

Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais em pareceria com Rede Jubileu Sul e ABONG.

Maiores Informações

Rede Brasil: 61 33216108 f.furtado@rbrasil. org.br ou Jubileu Sul Brasil (11) 3112 1524 jubileubrasil@ terra.com. br

Saiba mais…

A Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais é uma rede de 80 organizações, rede e fóruns da sociedade civil e movimentos sociais, fundada em 1995 com o objetivo e acompanhar e intervir em questões relativas às ações de Instituições Financeiras Multilaterais (IFMs) no Brasil, tais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A Rede Brasil também monitora as ações de agentes financeiros nacionais como o BNDES.

A rede Jubileu Sul / Brasil, é a continuidade da campanha internacional do Jubileu 2000 – Por um milênio sem dívidas! Uma coalizão de igrejas, sindicatos, organizações não governamentais e cidadãos que entendem que o processo de endividamento dos países do Sul Global é injusto e está inviabilizando sua existência e sobrevivência.

A ABONG nasce em 1991 com o intuito de conformar um campo de organizações voltadas para o fortalecimento da identidade de organizações não governamentais comprometidas de forma ampla com a luta pela radicalização da democracia, pela universalizaçã o dos direitos, pelo combate à pobreza e a todas as formas de discriminação e exclusão. Ao longo de seus 16 anos de vida, a Abong se constituiu como ator político coletivo, referência para os mais diferentes agentes sociais: o Estado, entidades da cooperação internacional, demais organizações da sociedade civil, a gama diversa de movimentos sociais e mesmo a sociedade difusa.