Fonte: Relato de Rizoneide Amorim (Instituto Marista de Solidariedade)

Estive no Chile no período de 15 a 21 deste mês participando do “Encontro de Economia Solidária: outras economias acontecem no Sul” e de uma Feira de Economia Solidária. Estiveram presentes no evento, representantes dos seguintes países: Chile (diferentes regiões), Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador, Colômbia e Brasil.

A delegação brasileira no evento era apenas o Euclides Mance e eu. O Euclides, convidado como palestrante para falar de Redes de Colaboração Solidária entre outros temas e eu estava representando o Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES (Grupo de Trabalho de Relações Internacionais – GTRI e Coordenação Executiva). Foi um momento muito produtivo para trocarmos experiências na América Latina e nos fortalecermos na construção de um mundo melhor.

No ciclo de debate do Espaço Mercosul Solidário, apresentei o FBES, desde a sua organização (estrutura e funcionamento) até os avanços e desafios que temos no Brasil. Explicitei ainda as políticas públicas em construção, o Conselho Nacional de Economia Solidária (CNES) e Frente Parlamentar de Economia Solidária (FPES), bem como os Programa em desenvolvimento, em especial, o Programa de Promoção do Comércio Justo e do Consumo Consciente: feiras em rede de economia solidária e agricultura familiar no Brasil.

Falei das bandeiras prioritárias do FBES, rumo à IV Plenária Nacional, explicitando cada uma (formação; marco jurídico; finanças solidárias; redes de produção, comercialização e consumo; bem como o eixo agregador, que desenvolvimento queremos).

Somos solicitados pelo ESPAÇO MERCOSUL SOLIDÁRIOS para participarmos ativamente deste espaço, uma vez que de todos os países participantes (Chile, Equador, Colômbia, Argentina, Paraguai e Uruguai, países presentes na reunião) vêem a experiência brasileira como ícone, a grande referência em economia solidária. Pedi a compreensão dos “nossos irmãos latinos” por não termos disponibilidade para participarmos nesse momento porque estamos envolvidos com a Plenária Nacional, e, somente após março de 2008, quando realizarmos a Plenária é que serão discutidas as prioridades para participação nos espaços internacionais. Explicitei ainda que no momento atual iremos manter a nossa participação internacional apenas na Rede Intercontinental de Promoção de Economia Solidária e Social – RIPESS, com a presença da nossa querida e internacional Rosemary Gomes e do Ary Moraes.

Nesse espaço estávamos realizando um “planejamento estratégico” para o Espaço Mercosul Solidário. Tivemos uma chuva de idéias e como em nenhum país participante existia um planejamento com as prioridades do movimento de economia solidária em seus países, ficou definida uma agenda presencial posterior, com a presença de pelo menos 3 representantes de cada país, no inicio de 2008, em Atlanta – Uruguai.

A agenda é a seguinte: .. 03 a 05 de janeiro – encontro das lojas de comércio justo e feira de economia solidária

06 e 07 de janeiro – reunião de planejamento do Espaço Mercosul Solidário

Em outro momento, tivemos uma reunião com os diferentes países participantes para trocarmos informações sobre a realização de feiras de economia solidária. Foi muito rico o debate onde falamos da nossa experiência e socializamos informações, principalmente dos relatórios e da Pesquisa de Avaliação de Feiras de Economia Solidária – PAFES. O Chile desenvolve uma experiência de Rede de Feiras Tradicionais e o Equador tem uma experiência de realização de feiras também. Avançamos no sentido de tentarmos fazer uma publicação conjunta, das diferentes experiências – Brasil – Chile – Equador. Os demais países falaram que as feiras que são realizadas nos seus países são muito incipientes. Trocamos e-mails e ficamos de continuar o debate e pensarmos na publicação das experiências em conjunto.

A Feira de Economia Solidária foi uma feira pequena e com pouca diversidade e qualidade dos produtos. Foi realizada numa praça no centro de Temuco e com aproximadamente 30 expositores de diferentes regiões do Chile e alguns do Uruguai. Teve pouca circulação de pessoas nos espaços e pouca comercialização dos produtos. Conversei com alguns produtores no final da feira e eles afirmaram que tinha sido produtivo vim para Temuco porque aprenderam muito nos espaços de debates e seminários realizados, o que reforça a importância de realizar atividades formativas durante as feiras.

Após o término do encontro e da feira, no domingo dia 19, eu e o Euclides fomos presenteados com uma visita a duas comunidades indígenas onde pudemos vivenciar a cultura indígena mapuche. O contato com as comunidades foi muito interessante, principalmente pela riqueza da conversa que tivemos, bem como por vermos de perto a valorização das culturas tradicionais. Esse tipo de atividade podemos repetir quando recebermos visitas ao Brasil. O contato com os empreendimentos no seu cotidiano, para quem não conhece a sua realidade é muito significativo.

Antecipei a minha volta, pois temos muitas atividades aqui para serem realizadas, principalmente, depois da boa notícia de liberação do recurso para continuidade das feiras. Enfim, foi um pouco isso o que vive no Chile nesses dias.

Abraços e mantemos contato

Rizoneide Amorim IMS 61 32241100