Fonte: Laurenicio (laurenicio@yahoo.com.br)
Aconteceram entre os dias 11 a 16 de setembro de 2007, em Havana – Cuba, inesquecíveis momentos de trocas de conhecimentos e experiências em trabalhos comunitários e de modo particular em Economia Popular Solidária na perspectiva de psicologia social e da sociologia. Isto aconteceu no Congresso Latino Americano de Psicologia Social – ULAPSI, no qual a Pastoral Operária de Minas Gerais, teve o privilégio de participar de uma mesa redonda cujo nome foi: “Autogestão Social e Subjetividade Emancipatória: Realidades e Desafios na América Latina”.
Fomos convidados pelo Profº. Ovídio Hernandez do Centro de Pesquisas Psicológicas e Sociologias – CIPS, de Havana – Cuba. O Professor Ovídio esteve conosco no Brasil em intercambio com os grupos de EPS de Belo Horizonte e de Montes Claros- MG.
Percebemos que para além das experiências econômicas solidárias, propriamente ditas, faz-se necessário atentarmos para os processos subjetivos, individuais e sociais, de trabalhadoras e trabalhadores que se autoproduzem de forma diferenciada nas experiencias autogestionadas. Estamos nos referindo aos novos sujeitos como condição a uma nova cultura do trabalho. E Cuba? Cuba sediou o Congresso e também discute a economia solidária como alternativa emancipatória. É importante para o CIPS, o estudo sobre gestão social de projetos socialistas, em desenvolvimento nos países da América Latina. Fora dos bastidores do Congresso, realizamos alguns olhares sobre a vida (nas ruas) dos Cubanos. Em muitos momentos, pareceu-nos voltar no tempo em relação à paisagem urbana. Ao andar pelas ruas de Havana encontramos com pessoas muito simpáticas, comunicativas e persuasivas em ofertas de produtos locais ou passeios de charrete, “bicicletaxi”, “côcotaxi” (veículos alternativos do lugar), etc. Coisas que se vê muito no Brasil, nas cidades turísticas. Não se vê propagandas de consumo pelas ruas. É muito emocionante ver grandes cartazes sobre companheiros “heróis revolucionários”, frases como: “Outro mundo é possível”, “Viva a Revolução”, e outras frases alusivas à juventude como alicerce da revolução, etc. Estas são as propagandas autorizadas pelo governo. Não há disponibilidade ou visibilidade de farmácias, botecos, lanchonetes, supermercados como estamos acostumados a ver no Brasil, quando muito uma loja de conveniência para turistas com práticas de preços exorbitantes.
Apesar de alguns impactos, temos muito que aprender com o povo Cubano, por exemplo, a viver com apenas o necessário, a priorizar a saúde e a educação, a defender a dignidade do nosso país, etc.