Fonte: www.adital.com.br
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) promoveu entre os dias 20, 21 e 22 de setembro, no corredor central da universidade, a I Feira de Economia Solidária da UFMS, que teve como tema “Inclusão produtiva – Alternativa para Economia Solidária e Sustentável”. A feira teve como elemento fundamental a sustentabilidade do desenvolvimento socioeconômico, ambiental e cultural de comunidades do interior e da capital do Mato Grosso do Sul.
O objetivo do evento foi promover o fortalecimento da economia solidária no estado por meio da integração dos empreendimentos e da divulgação dos produtos e serviços sustentáveis com base comunitária, gerando um desenvolvimento justo e solidário.
A feira contou com cerca de 40 estandes, onde foram expostos diversos produtos produzidos por grupos solidários de diferentes pontos do estado. De acordo com a coordenadora do evento, Mirian Aveiro, os produtores que expuxeram na feira foram cuidadosamente selecionados para garantir a diversidade dos produtos. .
“A Feira na Universidade é uma oportunidade para que professores e acadêmicos possam enxergar na economia solidária não uma ação paliativa, mas uma alternativa para a economia, se bem trabalhada”, diz a coordenadora. Ela lembra que, por conta de greves realizadas na universidade, a feira deste ano servirá apenas como uma mostra para 2008, quando a idéia é que 500 produtores participem do evento.
A feira, que teve abertura no dia 20 de setembro, às 18h, no anfiteatro do CCHS, vai contou ainda com a realização de shows, oficinas e atividades esportivas. O evento foi realizado pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, projeto de extensão da UFMS que trabalha dando apoio a pequenos produtores de assentamentos e de comunidades indígenas do estado na luta contra a monocultura da soja.
O projeto de incubação presta serviços necessários para o início, desenvolvimento e/ou reciclagem de cooperativas ou grupos de trabalho associativo, organizados sob os pilares da economia solidária. Até agora, três cooperativas foram formadas com o auxílio da Incubadora e mais três se encontram em processo de formação. Para diversificar a produção, a Incubadora trabalha com cinco linhas de atuação: apicultura, piscicultura, caprinocultura, suinocultura e criação de frango caipira.
Além de oferecer apoio técnico e tecnológico aos empreendimentos, a Incubadora atua dentro do projeto “UFMS vai à escola”, no qual cerca de 420 voluntários vão até as escolas das comunidades para prestar serviços nas áreas social, produtiva, educacional, saúde, jurídica, administrativa, de mercado, contabilidade, econômica e tecnológica. São estudantes de 25 cursos como odontologia, psicologia, veterinária e medicina, que se disponibilizam para dar apoio aos produtores nas suas respectivas áreas de conhecimento.
“É uma aula extracurricular”, diz Mirian Aveiro, coordenadora do projeto. Ela explica que as aulas são ofertadas dentro das escolas das comunidades e as ações de atendimento à saúde são realizadas através de parcerias com o governo para a disponibilização dos equipamentos necessários.
De acordo com Aveiro, o projeto foi criado há oito anos para trabalhar com a prevenção em saúde das comunidades locais. Com a implantação da Incubadora, passou a visar também a formação de empreendimentos de economia solidária como forma de geração de trabalho e renda, desenvolvendo a prática autogestionária. “Essa é a maior preocupação dentro do cooperativismo: a participação dos seus integrantes. Por isso, todos os nossos processos são autogestionários”, diz a coordenadora.