Fonte: www.fase.org.br
Mulheres do norte do Pará vão se reunir no final deste mês para debater pontos importantes de sua realidade e seus direitos. Será o 1º Encontro de Mulheres do Estuário Amazônico, que acontecerá entre 31 de agosto e 2 de setembro na cidade de Portel. São esperadas cerca de 70 mulheres, que virão de trezes municípios paraenses para discutir questões como o trabalho das mulheres, o direito delas a serem titulares de propriedade de terra, a saúde pública feminina, os canais de participação que devem ser abertos para as mulheres na gestão pública, entre outros assuntos.
As conferências nacionais são espaços de participação da sociedade em debates temáticos. Assim como há a Conferência Nacional de Cidades, ou a de Saúde, em que se discutem as políticas públicas nacionais para estas áreas, a Conferência Nacional das Mulheres discutirá políticas de redução da violência contra a mulher, de geração de igualdade de gênero, de reconhecimento do trabalho feminino e demais pontos que as mulheres, como sujeitos políticos fundamentais que são, tentam debater com a sociedade.
Como etapa deste processo, a FASE Amazônia procura adensar a organização das mulheres do estuário amazônico, principalmente no norte do Pará. O encontro será uma oportunidade para troca de idéias sobre os problemas locais das mulheres, em sua relação com as grandes questões do debate de gênero nacional nos dias de hoje. Na realidade do Pará, as mulheres se vêem às voltas com questões como reforma agrária, reconhecimento do trabalho feminino na agricultura familiar, incremento do crédito para agricultura familiar gerida por mulheres, demanda por titulação conjunta ou titulação para a mulher de propriedades rurais oriundas de reforma agrária, reconhecimento da capacidade empreendedora das mulheres.
A iniciativa do 1º Encontro de Mulheres do Estuário Amazônico vai contribuir para reforçar a organização feminina em sua luta por direitos e reconhecimento de seu papel na sociedade. É um processo longo e demorado, mas é certo que a atuação de movimentos de mulheres e ONGs têm colocado a questão feminina em outro patamar no debate público brasileiro. É preciso continuar conquistando espaço e direitos. Para isso, inserir um número cada vez maior de mulheres no processo da Conferência Nacional considerado fundamental.