Fonte: www.diariodonordeste.globo.com
Pela forma autônoma de inclusão social, além do próprio caráter associativista, a economia solidária é considerada por muitos como a alternativa ao capitalismo neoliberal, este valorizador do lucro, do individualismo e da economia privada. Na opinião de Ademar Bertucci, membro da coordenação executiva do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, não se pretende afrontar o capitalismo, mas mostrar que, plagiando o slogan das bodegas, “uma outra economia é possível e está acontecendo”.
Economista e representante da Cáritas Brasileira, Bertucci conferiu de perto a experiência solidária cearense no 3º Encontro Nacional de Intercâmbio de experiências com economia solidária, ocorrido em Aracati e que contou com a participação de 18 Estados e representantes do Cabo Verde, na África. As experiências de economia solidária no Ceará tornam-se referência para outros países por diversos motivos. A promoção da bodega solidária cumpre também a função de incentivar a produção e divulgação da literatura de cordel, música, teatro e dança. Durante o encontro de Aracati, puderam ser conferidas as quadrilhas juninas dos assentamentos locais. E a quermesse estava toda montada, com a culinária típica.
Mas, além do bolo de milho, tapioca, dentre outros, havia as hortaliças orgânicas (sem agrotóxicos) de seu Almir Alexandre, mel orgânico, de Francisco dos Santos, ambos de Aracati, e bonecas de pano da costureira Nilza Almeida, de Fortaleza. Isto prova como as comunidades rurais podem se tornar autônomas na geração de trabalho e renda.