Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br
A Cúpula da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) foi inaugurada neste sábado na Venezuela com a intenção de promover um novo tipo de integração, que priorize a união política em detrimento das trocas comerciais.
O encontro, que tem a participação dos presidentes de esquerda de Bolívia, Evo Morales; Nicarágua, Daniel Ortega; e Venezuela, Hugo Chávez, junto com o vice-presidente cubano Carlos Lage, começou em Barquisimeto (250 km a sudoeste de Caracas) com apelos ao fortalecimento de sua aliança “antiimperialista” e à integração dos movimentos sociais.
Estão presentes também neste evento, como observadores, o presidente do Haiti, René Préval, a chanceler do Equador, María Fernanda Espinosa, assim como delegações do uruguaia e dos países caribenhos St. Vincent, St. Kitts Nevis e Dominicana.
No discurso de abertura, Ortega evocou a luta armada do Frente Sandinistas: “Quando empunhamos armadas tínhamos o mesmo objetivo de agora. Apostávamos em destruir e acabar com a dominação imperialista e capitalista”.
Lage, por sua vez, disse que a “integração é subordinar a economia à política. A integração que buscamos é a de nossos povos, não de nossos mercados”.
No mesmo tom, Morales destacou que a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) promovida pelos Estados Unidos, contra a qual a Alba surgiu, “é a área de livre colonização”.
Em seguida, pediu “um comércio justo que viabilize a resolução dos problemas econômicos dos países”.
Os primeiros acordos da Alba foram assinados entre Cuba e Venezuela em dezembro de 2004, mas o grupo se formalizou em abril de 2005. Em 2006, a Bolívia se juntou aos primeiros membros e, em janeiro deste ano, foi a vez da Nicarágua.
“Na cúpula, serão revisados os projetos de educação, saúde, indústria, produção de alimentos e de energia, colocando o social à frente”, disse Chávez.
“A Alba tem se consolidado e vai continuar crescendo. A Alca morreu”, disse Chávez.
Nesta cúpula, os presidentes pretendem formalizar sua adesão conjunta aos movimentos sociais da América Latina e, no ato de encerramento, domingo, devem assinar a “Declaração de apoio dos líderes sociais à Alba”.
Os delegados de movimentos como os Sem-Terra brasileiro e a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional de El Salvador, estão em Barquisimeto para realizar deliberações e, no encerramento, também assinarão a declaração
Os presidentes participantes também têm previsto visitar o centro de alta tecnologia Divina Pastora, um instituto promovido por Chávez e inaugurar um centro esportivo.
A Alba se define como um mecanismo de “união” mais do que de integração comercial, com convênios sociais que visam dar uma unidade política e ideológica ao grupo.
Até agora, no entanto, a Alba se concretizou em convênios bilaterais Venezuela/Cuba e Venezuela/Bolívia. A meta desta vez é exatamente expandir estes acordos aos demais membros.