Fonte: Agência Ibase, por Beatriz Gredilha
Não consumir é a forma mais direta de mostrar resistência a grandes corporações, à poluição e à concentração de renda. Deixar de comprar de certas empresas pode ser tanto uma forma de puni-las quanto de impulsionar um outro tipo de comércio.
“No consumo solidário a gente quer não apenas dizer não a essas empresas que poluem, que perseguem sindicalistas, que utilizam mão-de-obra infantil, mas dizer sim a alguma outra coisa. Quando consumimos de um empreendimento de economia solidária passamos a deixar de injetar dinheiro em circuitos acumuladores” explica Eugênia Motta, pesquisadora do Ibase.
A questão comunitária também é muito forte nesse tipo de atividade. A maioria dos empreendimentos de economia solidária tem ações na comunidade da qual faz parte.
“Eles acabam se envolvendo em ações de educação, meio ambiente etc por saberem dos problemas que existem a sua volta. Tornam-se centros, núcleos, que vão para além da organização econômica. Consumir do empreendimento de economia solidária é dar força e fomentar esse tipo de ação”, complementa Eugênia.
Um exemplo de empreendimento solidário bem sucedido é o “Costurando idéias”, iniciativa de um grupo de mulheres do morro Santa Marta, em Botafogo, que há sete anos faz trabalhos com costura e bordados. O grupo esteve presente no Ibase. Este é o primeiro do que pretende ser uma série de encontros com a intenção de refletir, contribuir e ouvir a história de pessoas envolvidas em atividades solidárias.
“Esses encontros são importantes porque, além de dar visibilidade a grupos de produção solidária, sensibilizam as pessoas para um outro tipo de economia, que valoriza o comércio justo e a produção coletiva e autogestionada. Essa outra economia, entre outras coisas, valoriza não só o produto, mas o produtor”, afirma Cristina Lopes, pesquisadora do Ibase.
A questão comunitária também é muito forte nesse tipo de atividade. A maioria dos empreendimentos de economia solidária tem ações na comunidade da qual faz parte.
“Eles acabam se envolvendo em ações de educação, meio ambiente etc por saberem dos problemas que existem a sua volta. Tornam-se centros, núcleos, que vão para além da organização econômica. Consumir do empreendimento de economia solidária é dar força e fomentar esse tipo de ação”, complementa Eugênia.
Um exemplo de empreendimento solidário bem sucedido é o “Costurando idéias”, iniciativa de um grupo de mulheres do morro Santa Marta, em Botafogo, que há sete anos faz trabalhos com costura e bordados. O grupo esteve presente no Ibase. Este é o primeiro do que pretende ser uma série de encontros com a intenção de refletir, contribuir e ouvir a história de pessoas envolvidas em atividades solidárias.
“Esses encontros são importantes porque, além de dar visibilidade a grupos de produção solidária, sensibilizam as pessoas para um outro tipo de economia, que valoriza o comércio justo e a produção coletiva e autogestionada. Essa outra economia, entre outras coisas, valoriza não só o produto, mas o produtor”, afirma Cristina Lopes, pesquisadora do Ibase.
O “Costurando idéias” é composto por quatro mulheres, mas a demanda tem sido tão grande que o número já é insuficiente. Segundo Maria de Lourdes Jesus, fundadora do grupo, nada do que é produzido é estocado, as costureiras acompanham o ritmo das feiras. Na maior delas, a feira do Lavradio, que acontece uma vez por mês no Centro do Rio, passam cerca de cinco mil pessoas por dia.
“Essa produção é muito importante para nós. Principalmente para mim, que não tenho mais idade considerada boa para trabalhar. É aquela velha história: quando a gente é novo não arranja emprego porque não tem estudo; e quando consegue estudar não arruma mais porque está velho. Então, eu tenho que fazer o que sei das minhas mãos, e acho que tenho o dom para a costura”, anima-se Maria de Lourdes.
Sônia Maria de Oliveira entrou para o “Costurando idéias” logo no início, em 2000. De lá para cá, por meio da costura, além de cursos de modelagem, conseguiu terminar o ensino médio e hoje faz faculdade de Serviço Social.
“Eu não fazia nada ligado à costura, apesar de gostar. Era técnica de enfermagem, mas estava desempregada e tinha acabado de perder meu marido. O grupo me tirou daquela situação. A costura me fez avançar na vida e funcionou como uma terapia. Agora já posso viver do que gosto de fazer”, conta.
O grupo “Costurando idéias” já expôs inclusive no Fashion Rio, a partir de um concurso do qual participaram 50 comunidades e apenas quatro foram escolhidas.
Publicado em 20/4/2007.