Fonte: Cáritas Notícias
No dia mundial de luta contra as barragens(14/3), os 600 acampados contra a transposição do São Francisco se dividiram em grupos para estudar o modelo energético brasileiro, que tem a hidroeletricidade como sua maior fonte. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fez uma apresentação da campanha “o preço da luz é um roubo” para as entidades e movimentos presentes no acampamento.
O 14 de março é, todos os anos, um dia de atos e protestos mundiais contra a construção de barragens, em defesa da vida e da natureza e pelos direitos dos atingidos pelas barragens. Este ano, no Brasil, o MAB aproveitou a data para, durante a semana, lançar a campanha “O preço da luz é um roubo” nas principais capitais do país.
Segundo o relatório final da Comissão Mundial de Barragens – CMB (órgão ligado a ONU), no mundo existem 80 milhões de pessoas atingidas diretamente, ou seja, deslocadas fisicamente pela construção de barragens (relatório de 2000). No entanto, muitas delas não foram reconhecidas (cadastradas) como atingidas e nem foram indenizadas ou reassentadas.
A indenização, quando acontece, concentra-se em mudança física ou em uma pequena quantia de dinheiro, excluindo a recuperação econômica e social dos deslocados. A perda do meio de subsistência, do trabalho, da cultura e das raízes dos atingidos acarreta vários problemas de saúde física e psicológica.
Os impactos ambientais também são grandes. Ainda segundo o relatório da CMB, 60% dos rios foi degradado ou fragmentado por causa das barragens. Além disso, milhares de hectares de vegetação foram inundados.
Barragens no Velho Chico – No projeto da transposição está prevista a construção das barragens de Riacho Seco (240 MW de potência) e de Pedra Branca (320MW). Ambas atingem os estados de Pernambuco e Bahia. Segundo Josivaldo Oliveira, da coordenação do MAB, o lago vai prejudicar povos indígenas e poderá alagar um reassentamento de atingidos pela barragem de Itaparica.