Fonte: Cáritas (caritas@uai.com.br)

Hoje, madrugada do dia 23 de Fevereiro de 2007, 300 pessoas oriundas dos acampamentos e assentamentos da região do vale do Jequitinhonha, decidiram se solidarizarem concretamente com as famílias vítimas do massacre de Felizburgo e ocuparam a sede da fazenda Nova Alegria, onde está o acampamento Terra Prometida há mais de quatro anos.

É bom relembrar que o conhecido Massacre de Felisburgo, aconteceu no dia 20 de Novembro de 2004. Era manhã de sábado e tudo perecia tranqüilo no acampamento Terra Prometida, quando o Fazendeiro Adriano Chafik, juntamente com outros 16 pistoleiros invadiram o acampamento, efetuando disparos contra as famílias. Chafik é grileiro das terras do estado na região e foi o mentor, coordenador e executor da violência que acabou tirando a vida de 05 companheiros trabalhadores rurais que há mais de dois anos sonhavam com a “Terra Prometida”. Além destes cinco companheiros brutalmente assassinados outros 13 foram baleados, entre eles uma criança e 12 anos que continua com a bala alojado no rosto.

O MST de Minas gerais cansado da morosidade do Governo Federal através do INCRA nacional e estadual, e do Governo do estado de Minas gerais através da Secretaria Agrária e do ITER, decidiu conjuntamente com as famílias Sem Terra da região ocupar a sede da Fazenda com o objetivo de pressionar os órgãos acima citados a resolver de forma definitiva o problema das famílias vítimas do massacre. Com isso reivindicamos:

1. Audiência com urgência na área do conflito, com os representantes do INCRA Nacional e Estadual e da Secretaria Extraordinária para assuntos de Reforma Agrária com as famílias e lideranças do Movimento Estadual

2. Queremos também a presença da Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de MG.

3. Queremos a desapropriação imediata do latifúndio e a sua transferencia para as famílias acampadas no acampamento terra Prometida.

4. Queremos que se garanta imediatamente estrada, água potável, luz elétrica, escola e demais infra estrutura que torne minimamente digna a vida das famílias encima da terra conquistada.

5. Queremos a indenização imediata das famílias que perderam seus ente queridos no massacre (já está tramitando na ALMG um projeto com este objetivo).

6. Queremos a prisão imediata do fazendeiro Adriano Chafik e todos os pistoleiros que se encontram soltos, bem como, o julgamento e a punição severa para os assassinos.

7. Queremos também que o INCRA apresente um plano de assentamento para todas as famílias acampadas no estado que somam mais de quatro mil distribuídas em (45) quarenta e cinco acampamentos no estado alguns com mais de (07) sete anos há espera da terra.

Por fim será que o governo do estado, Governo federal estão esperando que mais um massacre aconteça para tomar alguma providência? Já denunciamos que as ameaças continuam freqüentemente na região e em outras regiões do estado.

Lutamos por Terra, Reforma agrária e Justiça Social

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Minas Gerais

Telefones:

(31) 3224-0696 Belo Horizonte – secretaria estadual ..(33) 3741-2238 Jequitinhonha – secretaria regional