As atividades do segundo Ponto de Convivência de uma Comunidade que Sustenta Agricultura (CSA) começaram hoje (30/mar), no Centro Público de Economia Solidária (Brasília/DF). A CSA Paulo Freire reúne a família da agricultora Tânia Aguiar e mais 18 famílias de coagricultores(as), que vão conviver aos sábados pela manhã no Centro.

Às sextas, no mesmo local, encontram-se as pessoas da CSA Gaspar Martins, que reúne um agricultor – Flávio Carmo – e mais 26 coagricultores(as). As CSAs são um movimento mundial que no Brasil foi semeado pela primeira vez no Fórum Social Mundial de 2011, em Porto Alegre/RS. Em Brasília, as experiências iniciais começaram com grupos de amigos e amigas permacultores(as) na Chácara Toca da Coruja. É um modelo de produção que aproxima quem produz e quem consome, todas as pessoas fazem a gestão compartilhada da produção de maneira associada.

Tânia conta que estão há pouco mais de oito anos nas terras do Assentamento Canaã em Brazlândia/DF. São 65 famílias assentadas da reforma agrária na região. Há quatro anos, quando saíram do acampamento e passaram para os lotes, receberam terras bastante desgastada pela plantação de eucaliptos e infestação de cupins. A proposta das famílias é a produção de hortaliças, frutas e legumes orgânicos, que estava sendo desperdiçada em função da dificuldade de escoamento e local para comercialização.

Tânia e família, no Centro Público de Economia Solidária

Para a agricultora, a CSA no assentamento é uma esperança que faz voltar o sonho com melhores condições de vida e é importante alternativa para incentivar o trabalho de preservação da área. Além disto, a estratégia fortalece a reforma agrária, a luta pela agroecologia, e une o campo e a cidade.

No início de 2018, o WWF Brasil – junto ao Mutirão Agroflorestal – iniciou projeto de implantação de 31 projetos de agrofloresta no assentamento: trabalho importante tendo em vista que o assentamento fica a poucos metros da Bacia do Descoberto (local de abastecimento de água no DF). Em 2017 e 2018 o DF passou por uma crise hídrica, quando foi preciso implantar o racionamento de água. O fato mostrou o quão urgente é a gestão responsável da água e a promoção de iniciativas de recomposição e preservação do solo. O sistema agroflorestal é uma forma de usar a terra e colaborar com recuperação do solo e preservação da água, pois permite a produção de alimentos consorciada.

A CSA Paulo Freire é a terceira experiência do tipo implantada no assentamento. A primeira delas foi a CSA Gaspar Martins, iniciada em 2017, que leva o nome de uma importante liderança do assentamento Pequeno Willian (em Planaltina/DF) e da luta pela reforma agrária do país. Gaspar Martins estava com Flávio estruturando a CSA quando faleceu, vítima de um infarte, enquanto trabalhava na plantação.

Ambas as CSAs – Gaspar Martins e Paulo Freire – estão com VAGAS ABERTAS para novas e novos coagricultores. Se você tiver interesse em conhecer melhor as experiências e também participar como coagricultor(a), acesse um dos links abaixo e entre em contato.

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