Enviado por Secretaria-Executiva FBES
O Fórum Permanente de Economia Solidária da Baixada Santista vêm a público divulgar sua defesa em manutenção da Política Nacional de Economia Solidária. Veja a carta abaixo:
Santos, 15 de julho de 2015.
Qual o significado de se considerar a Economia Solidária em um mundo cada vez mais globalizado e guiado exclusivamente pelo paradigma econômico “produção e consumo”, que se utiliza do emprego ilimitado e predatório dos recursos naturais, como se os mesmos fossem infinitos e de propriedade exclusiva daqueles que habitam o planeta na atualidade, sem nenhum tipo de compromisso com as futuras gerações e com as demais formas de vida do planeta? Qual o significado de se considerar a Economia Solidária em um mundo cada vez dominado por um sistema econômico no qual predomina a competição extremada que em escala crescente impõe ao planeta a predominância de poderosos mercados oligopolizados que ampliam a concentração de riquezas, condenando à exclusão numerosíssimos segmentos humanos que são alijados e que têm sua existência simplesmente desconsiderada?
Qual o significado de se considerar a Economia Solidária em um mundo cada vez mais submetido ao encanto do fetiche consumista e da obsolescência programada que determina uma produção de bens aética e alienada?
As consequências nefastas desse modelo já se fazem sentir no plano ambiental, refletindo situações ameaçadoras ignoradas por aqueles que supostamente se beneficiam do atual sistema, muito embora tais desdobramentos são acentuadamente visíveis e perceptíveis pelo aumento da temperatura global, por crises hídricas e energéticas, pela ocorrência simultânea de secas, enchentes e desastres naturais. As consequências nefastas desse modelo já se fazem sentir também no plano social, marcado cada vez mais pelo acúmulo desmedido e crescente da concentração absurda de renda e bens nas mãos de poucos indivíduos e grupos econômicos e que reflete de outro lado, situações extremas de injustiça social, exacerbação da violência, guerras, fanatismo, intolerâncias étnicas e preconceitos disseminados em todos os continentes. É absolutamente urgente resistir e propor alternativas a esse modelo que se esvai por suas próprias contradições; encontrar novas maneiras de prover as necessidades básicas de todos os habitantes do planeta e reverter as situações indignas e desumanas que se abatem a extensos segmentos sociais que sobrevivem em condições de grande vulnerabilidade social. O lema que tem inspirado as múltiplas versões do Fórum Social Mundial é o de que “Outro Mundo é Possível”. Dentre outros instrumentos para a construção de uma nova realidade produtiva destaca-se a Economia Solidária, que se baseia no esforço e em resultados obtidos por um trabalho coletivo e de base cooperativa, numa perspectiva solidária dotada de significados e valores compartilhados que se opõem frontalmente à visão utilitarista que vem sendo engendrada e se impõe no planeta há aproximadamente três séculos de hegemonia do capitalismo.
Considerando-se a necessidade e a urgência da edificação de um novo paradigma para as relações socioeconômicas, lastreadas nos princípios da sustentabilidade e da justiça social, que seja capaz de vislumbrar novas perspectivas para deter e reverter os processos deletérios da destruição física e moral do Planeta Terra que se assiste diuturnamente.
Considerando-se a importância e o alcance da Economia Solidária já revelados em múltiplos empreendimentos exitosos nas mais diversas regiões do planeta e do Brasil.
Considerando-se que apesar dessa realidade desfavorável, vários empreendimentos resistem e conseguem sobreviver apesar de todas as dificuldades, atuando em muitas cidades em diversos segmentos cooperativos de prestação de serviços, confecções, alimentação, ecoturismo, agricultura orgânica, extrativismo, pesca, coleta seletiva de resíduos, dentre outros.
Faz-se necessário ampliar as políticas públicas da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) com o Professor Paul Singer na sua direção. Afinal, nos doze anos de existência da Secretaria observam-se importantes avanços na construção da Economia Solidária no Brasil, que já mobiliza aproximadamente 1,5 milhão de pessoas em mais de 20 mil empreendimentos econômicos solidários e contribui para a construção de outras relações de trabalho.
Como afirmou o Professor Paulo Freire: “através de sua permanente ação transformadora da realidade objetiva, os homens, simultaneamente, criam a história e se fazem seres histórico-sociais”. A questão, Senhora Presidente, Senhores Ministros, Senhores Parlamentares, é que alguns homens se diferenciam em sua trajetória por terem ações de fato transformadoras. Um desses homens admiráveis é atuante no governo federal. Trata-se do Professor Paul Singer. Pela sua manutenção na direção da SENAES e fortalecimento das políticas de Economia Solidária no Brasil!
FÓRUM PERMANENTE DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DA BAIXADA SANTISTA
Acesse a carta completa em: http://migre.me/qNWAX