Maiquel Rosauro, Jornalista (MTb/RS 13334)
A 21ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) e 10ª Feira Latino Americana de Economia Solidária tiveram início nesta sexta-feira, em Santa Maria. Um dos principais eventos da manhã foi o Lançamento do Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (CADSOL).
O CADSOL tem por finalidade o reconhecimento público desses empreendimentos de modo a permitir-lhes o acesso às políticas públicas nacionais de Economia Solidária e demais políticas, programas públicos de financiamento, compras governamentais, comercialização de produtos e serviços e demais ações e políticas públicas a elas dirigidas. O cadastro foi publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no Diário Oficial da União, em 24 de março, Portaria 373.
O economista Paul Singer foi um dos palestrantes do evento. Segundo ele, o CADSOL e a autogestão das comunidades de Economia Solidária tendem a ser um avanço para o setor.
– Cada comunidade de Economia Solidária tende a moldar coletivamente suas vidas para que sejam melhores não apenas economicamente. Estas comunidades são os locais onde as pessoas buscam se realizar para serem felizes – relatou Singer.
Ainda este ano será criado um ícone no site do MTE (www.mte.gov.br) onde será possível fazer o cadastro.
Túnel resgata os 30 anos de luta do MST
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem um espaço diferenciado na Feicoop. Um túnel com produtos e dezenas de banners resgatam os 30 anos de história do Movimento. Inclusive um barracão, com fogão de tijolo e uma tarimba (cama rude feita de taquara) estão expostos no local.
Na manhã desta sexta-feira, o agricultor Ederli Zimermann estava recepcionando os visitantes no local.
– Estou há cinco anos acampado em Santa Vitória do Palmar. Este barracão é bem fiel aos que temos no acampamento – afirma Zimermann.
O que você precisa saber sobre a 21ª Feicoop
A Feicoop é promovida e realizada pelo Projeto Esperança/Cooesperança, Arquidiocese de Santa Maria, Prefeitura Municipal de Santa Maria e Banco da Esperança. O patrocínio é de Cáritas, Campanha da Fraternidade, BRDE, Sicredi, IRGA, Banrisul, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, SUS, Anvisa, Sebrae, BNDES e Petrobrás.
Além da comercialização de produtos da Agricultura Familiar e de grupos de Economia Solidária, durante os dias de Feira também irão ocorrer conferências, seminários, oficinas, debates, momentos culturais e shows. Destaque para a 14ª Mostra da Biodiversidade e Feira da Agricultura Familiar, 10º Seminário Latino Americano de Economia Solidária, 10ª Caminhada Internacional e Ecumênica pela Paz e Justiça Social e 10º Acampamento Estadual do Levante Popular da Juventude.
Durante a Feicoop ocorrem práticas do comércio justo e consumo ético e solidário, trocas solidárias com moeda social e muitas atividades de formação e interação. Na Feira não há consumo de cigarros e a água não é comercializada durante o evento. A Economia Solidária entende que a água é um bem universal e um patrimônio da humanidade.
Refrigerantes também não são comercializados. Os produtos oferecidos na Feira são de procedência ecológica. A organização do evento trabalha com a teoria e a prática, articulando campo, cidade e as diferentes culturas e etnias.