Fonte: Camila Queiroz*
Um dos maiores do Brasil, o assentamento Itamarati, no município de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, começa a se preparar para criar um banco comunitário. A ideia partiu do Projeto de Criação de Bancos Comunitários na Região Centro-Oeste, da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), que tem como meta criar mais nove bancos comunitários na região. Com dez anos de existência, duas mil famílias e 25 mil hectares, o assentamento conta com empreendimentos em Economia Solidária e as lideranças já passaram por capacitações na área. Há um núcleo de agroecologia e a comunidade organiza duas feiras semanais, com produtos da agroecologia, artesanais e um pouco de confecção.
Com dez anos de existência, duas mil famílias e 25 mil hectares, o assentamento conta com empreendimentos em Economia Solidária e as lideranças já passaram por capacitações na área. Há um núcleo de agroecologia e a comunidade organiza duas feiras semanais, com produtos da agroecologia, artesanais e um pouco de confecção.
Para a irmã Neusa Gripa, coordenadora do Projeto de Criação de Bancos Comunitários na região e coordenadora do Banco Pire, de Dourados, o diferencial do assentamento Itamarati é que foi constituído por um processo de luta que envolveu diversas correntes e depois de ganhar a terra, se organizou em núcleos, permitindo que a comunidade continuasse mobilizada.
“Ali é possível a criação (do banco comunitário), pela forma como o assentamento está organizado, em núcleos, com uma parte central, que eles chamam de ‘vila’, diferente dos outros assentamentos que são mais fragmentados, divididos em sítios, as famílias ficam bem distantes”, explica.
Na semana passada, o projeto esteve na comunidade e apresentou a todos a ideia do banco, que foi aceita. No próximo dia 22, haverá reunião com lideranças e a prefeitura para resolver questões de encaminhamentos. Nada de pensar nome ou linhas de crédito ainda, pois isso vai ser tratado com toda a comunidade adiante.
De acordo com Neusa, esse processo vai ser acompanhado pelo Banco Pire, atualmente o único da região, localizado no município de Dourados (MS), além da consultoria do Banco Bem, de Vitória, Espírito Santo.
Ela conta que a mobilização pela criação do banco do assentamento teve início no ano passado. “A gente começou a mobilizar a comunidade bem antes de apresentar o projeto, porque a criação do banco depende dela, se quer assumir ou não”, disse.
A ideia agora é trabalhar para que o banco esteja funcionando em um ano e meio. Simultaneamente, o projeto também fomenta a criação de novos bancos comunitários em Mato Grosso, Campo Grande, Goiás e Distrito Federal.
As matérias sobre Finanças Solidárias são produzidas com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
* Jornalista da ADITAL