Fonte: Agência Pulsar Brasil (www.pulsarbrasil.org)

Movimentos sociais, redes e comunidades tradicionais do norte de Minas Gerais se reunem para buscar caminhos para a luta contra um modelo de desenvolvimento que destrói o meio ambiente, a saúde e a vida das comunidades.

O encontro se chama “Diálogos e Convergências” e tem objetivo de reunir diversas lutas e movimentos ligados ao território e a terra, economia solidária, agroecologia, saúde coletiva e de mulheres. O objetivo é poder modificar a realidade local dos territórios e também o modelo geral de desenvolvimento, unificando as lutas.

No primeiro dia do encontro foram realizadas visitas a duas comunidades. Uma delas é o Grupo Extrativista do Cerrado, formado por 17 das 76 famílias do assentamento da reforma agrária de Americana, no município de Grão Mongol.

O grupo extrativista mostra que é possível construir uma vida digna e saudável aproveitando os recursos oferecidos pela natureza. Estes geraizeros trabalham com agricultura agroecológica, plantando em um mesmo espaço plantas que se desenvolvem bem na região como feijão gandu, mandioca e abacaxi. Além disso, conseguem alimento e medicamentos na vegetação natural do cerrado.

O resultado desta experiência contradiz o laudo inicial do Incra que deu, a princípio, um parecer negativo para um assentamento na área. Para os técnicos do governo era impossível tirar sustento na região.

Entre os principais desafios do grupo está a demora na legalização da terra, a falta de crédito e incentivo do governo, a falta de escola e dificuldade de transporte. Além disso, é preciso trabalhar para sensibilizar as outras famílias do assentamento. Muitas delas não são da região e por isso não trazem a cultura local.

Outro problema comum no norte de Minas são as plantações de eucalipto. A monocultura começou na década de 70 com promessas de desenvolvimento. Mas o “deserto verde” seca as nascentes de água, enfraquece o solo, ameaça a autonomia e a cultura local e gera contaminação pelo uso de agrotóxicos, entre outros problemas. Atividades de mineração, projetos de irrigação, crescimento de monocultura – inclusive de algodão transgênico – também ameaçam os povos.

O encontro Diálogo e Convergências quer reunir as coicidência de demandas, ameaças e busca de soluções para problemas locais e gerais com o objetivo de aumentar a força de atuação dos movimentos sociais e redes que já existem.

A Oficina Territorial Diálogo e Convengênia do Norte de Minas Gerais está sendo realizada de 15 a 17 de março em Montezuma e participam representantes de diversos estados e todas as regiões do país (FBES, ANA, FBSAN, RADV, ABRASCO, RBJA, MMM, AMB, ABA). Também foram realizados encontros na Borborema, Paraíba e no planalto de Santa Catarina em preparação para o encontro nacional. Foram escolhidas estas regiões porque reúnem importantes experiências de resistência.

Saiba mais em www.pratoslimpos.org.br