Por Luigi Verardo
Em período de conflitos e disputas é quando afloram, de forma mais explícita, as verdadeiras posições culturais e políticas. No processo eleitoral manifesta-se o que regularmente, no cotidiano, não fica tão flagrante. Contudo, os conflitos surgem porque no dia-a-dia os projetos, as intenções e os interesses distintos e antagônicos não deixam de existir, ainda que de forma potencial ou camuflada. Mas existem!
Basta lembrar a campanha que Globo fez na eleição do Collor, a batalha em defesa da privatização (também chamada “privataria”) e a cruzada permanente contra o MST, enquanto movimento social.
Hoje as posições são explicitadas no contexto da disputa eleitoral. Mas, terminado o período eleitoral continuarão fazendo campanhas que alguma forma nos atingem, como é o caso da que criminaliza as organizações e movimentos sociais.
Falam de “liberdade” mas, de fato, estão apenas referindo-se à “liberalidade”. Isto é, ao direito de apenas meia dúzia de empresários e suas famílias poderem fazer notícias ou “fabricar consenso” (na expressão de Chomsky). E o direito do leitor ou do telespectador?
Nós, da Economia Solidária, que defendemos consumo ético, justo e solidário, queremos qualidade no consumo e direito de acesso às informações. Estamos cansados de engolir lixo cultural e de ser entupidos com notícias irrelevantes que servem para esconder as que interessam.
Podemos construir um fórum de comunicação solidária, um conselho nacional de imprensa e/ou uma rede de informação onde a comunicação, em vez de ser uma mercadoria, seja instrumento de educação e democracia.