Fonte: Natasha Pitts – Adital
No próximo dia 8, se celebra em todo o mundo o ‘Dia Internacional do Comércio Justo’. A propósito desta data, estão sendo realizadas atividades como desfiles de moda de comércio justo, leilões de artesanato e atividades artísticas e culturais. A intenção das ações é esclarecer como o comércio justo pode ser uma saída viável contra a pobreza, as mudanças climáticas, a crise alimentar e econômica.
A instituição da data foi uma iniciativa da Organização Mundial de Comércio Justo (WFTO, por sua sigla em inglês), que divide com cerca de 350 entidades de todas as partes do mundo a visão de que a justiça e o desenvolvimento sustentável têm como ponto crucial para se desenvolver as estruturas e práticas do comércio.
No Brasil, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realiza desde ontem (5), no Centro de Convenções Sul América, na Cidade Nova, Rio de Janeiro, o II Encontro Internacional de Comércio Justo. O evento segue até sexta-feira (7) com palestras, debates, mesas redondas, exibição de casos de sucesso no Brasil e no mundo, oferta de linhas de crédito e rodadas de negócios.
“A prática do comércio justo está baseada na atuação junto a grupos excluídos e prevê ações como o fim da atuação dos atravessadores e a eliminação do trabalho infantil. Esses grupos excluídos recebem apoio para se desenvolver e são orientados sobre comercialização, design, embalagens, logomarca e plano de negócios”, esclarece Marcelo Weber, gerente da área de acesso ao mercado e serviços financeiros do Sebrae.
A dupla intenção do evento é gerar negócios entre grupos que geralmente têm poucas oportunidades de expor seu trabalho e esclarecer o que é o comercio justo, quem pode participar, quem pode comprar e como é possível se capacitar.
A abertura do Encontro foi marcada por um desfile de moda que expôs roupas, bolsas, sapatos, vestidos, roupas de banho, acessórios e mais uma variedade de produtos que obedecem à lógica do comércio justo. Ganharam destaque produtos como as roupas de algodão com bordados e os acessórios de fibras naturais.
Segundo Marcelo, cerca de 120 artesãos de 23 estados e do Distrito Federal estão expondo produtos que vão de alimentos até roupas, passando por acessórios, artefatos, brindes e grão. Há ainda peças de decoração e produtos como o mel orgânico. Tudo é desenvolvido por grupos, associações, cooperativas, micro e pequenas empresas.
Com a variedade de produtos a intenção é superar o saldo de geração de negócios do último evento, que foi de R$ 1,2 milhão. “Estamos prevendo que a geração de negócios, em apenas três dias de evento, gire em torno de 3 milhões de reais”.
Para alcançar esta meta, foram convidados compradores nacionais e internacionais vindos da Itália, França, Holanda e Espanha. Estão participando 30 compradores. Segundo Marcelo, há ainda forte participação de lojistas do Rio de janeiro e de outros estados. “Uma novidade deste evento são as rodadas de negociação, que acontecem quando os compradores se interessam por produtos que estão expostos. Comprador e produtor se reúnem em uma sala reservada no próprio evento para fazer a negociação do produto de interesse”, explica.
O I Encontro Internacional de Comércio Justo foi realizado em agosto de 2008. A partir de 2010, o evento acontecerá anualmente na cidade do Rio de Janeiro, sempre nas proximidades do 8 de maio, Dia Internacional do Comércio Justo.
Mais informações e a programação completa do II Encontro Internacional Comércio Justo em: http://www.sebraerj.com.br/main.asp?View={28762FF5-748A-4C4A-88D7-7CA67CE4C38C}