Artigo de Aline Myrtes de Souza Vieira*
Para se exercer de fato uma economia solidária é imprescindível o conhecimento dos fundamentos dessa “outra economia”. A solidariedade e igualdade atuando como princípios influenciam diretamente no estilo de vida, desenvolvimento e ideais dos indivíduos que fazem parte dessa esfera de cooperação.
Partindo desses princípios, a transparência é necessária nas repartições de ganhos, fundos de capacitação, educação e assistência dos envolvidos, favorecendo a inclusão social e dando novo sentido ao trabalho desenvolvido por estas pessoas ou famílias que se inserem nesse panorama.
É importante o prevalecimento dos interesses coletivos dentro dos grupos, uma vez que isso contribui para o bom funcionamento das práticas solidárias como também evita a existência de hierarquias que possam ameaçar a igualdade e o objetivo de cada um no contexto do trabalho e da cooperação.
O desenvolvimento social, que é parte indispensável nesse processo de autonomia, novo significado da família, trabalho, educação e conscientização dos indivíduos é sem dúvida o maior desafio das políticas públicas que vêm atuando nessa área, tendo também como missão a melhoria dessas práticas.
Os indivíduos que procuram se inserir dentro de um modo de produção igualitário se identificam com a economia solidária que ao integrá-los diretamente com a sociedade, articulando uns aos outros e fazendo com que os próprios adquiram sua sustentabilidade.
Com esses fundamentos sendo usados como base essencial os resultados tendem a ser positivos, desde as pequenas famílias em suas atividades até o crescimento e a formação de novas políticas públicas que possam atender as necessidades e dificuldades que se encontram na prática da economia solidária.
Na Paraíba e em vários Estados do Nordeste, os fundos rotativos solidários vêm gerando crescimento na agricultura familiar, sendo perceptível sua importância, oferecendo um novo significado de renda. Essa renda não é o objetivo central da economia solidária, pois nada deve ser acumulado individualmente, não havendo contribuição para desigualdades dentro dessas famílias ou comunidades agregadas.
Sem esses fundamentos praticados as atividades solidárias não seriam possíveis, pois a eficiência desse modo produção depende diretamente da coerência e união de saberes de todos. Porém, para se construir bons frutos não é necessário apenas o saber, mas sim uma troca constante de vivências e experiências das famílias, comunidades, técnicos, entre outros.
A solidariedade permanece no cotidiano atrelada as aspirações de cada indivíduo, que buscam e precisam de igualdade, é notório o significado da economia solidária atualmente como um estilo de vida alternativo e autônomo, fazendo com que a desigualdade estrutural não prevaleça na sociedade daqui pra frente.
*publicado na Adital www.adital.com.br