Fonte: Revista Fórum, por Brunna Rosa

Jamendo é música livre on-line

Enquanto as grandes gravadoras insistem na criminalização do usuário que acessa e baixa música pela internet, as iniciativas de cooperativas de músicos e ideias como a de um comércio alternativo com o pagamento por faixa musical acessada estão contribuindo para o agravamento da crise no setor fonográfico. Neste cenário, o site Jamendo aposta, desde 2005, na ideia de música livre e abre mais uma fenda para efetivar a democratização do acesso à música.

Criado em Luxemburgo, o site se propõe a ser um novo modelo de distribuição de músicas livres, apoiando-se em licenças livres como o creative commons, além de apostar no intercâmbio de experiências musicais de todo o mundo. Cinco anos depois de iniciado, o modelo se aperfeiçoa e já conta com 17.310 álbuns de artistas de vários países. Alguns renomados como The Beastie Boys, Gilberto Gil e David Byrne, ou quase anônimos, como o Fluydo, uma interessante banda italiana de rock, que tem seu álbum 7 Fool Moons entre os cem álbuns mais populares do mês de março.

O número de usuários chega atualmente a dois milhões. Estes acessam os álbuns, que podem ser avaliados por eles mesmos através de sugestões ou críticas enviadas pela página de discussão de cada artista. A prática movimenta mais um exemplo de negócio aberto, que surge cada vez mais a partir da mistura de novas tecnologias e do conceito de negócios sustentáveis, sem geração de receita advinda de direitos de propriedade intelectual ou autorais. No caso do Jamendo, o financiamento provém de doações dos internautas e de propagandas que são exibidas nas páginas do site, que tem 50% da arrecadação distribuída aos artistas inscritos. Cada artista recebe de acordo com o número de visualizações de sua página.

Agradecemos o download Na França, uma lei chamada Hadopi, apoiada pela indústria da música, está em debate.

A base dela prevê que se envie um e-mail ao internauta que for pego baixando conteúdo “ilegal”, ordenando que não mais baixe tais conteúdos. Se o usuário persistir, a sua conexão com a internet poderá ser cortada. Segundo Sylvain Zimmer, fundador do Jamendo, o site está respondendo a este debate encaminhando um e-mail de agradecimento ao internauta que baixar um dos álbuns disponíveis na sua plataforma. “Depois dos britânicos, os franceses também podem ser vítimas de um projeto de lei que quer castigar o internauta que troca arquivos. Aqui no Jamendo defendemos o download grátis e a livre troca de arquivos musicais, e o e-mail de agradecimento é uma resposta à mensagem que o Hadopi quer enviar ameaçando os internautas ”, afirma Zimmer. Acesse o Jamendo em português por meio do: http://www.jamendo.com/br