Fonte: Fórum Carajás (forumcarajas@forumcarajas.org.br)
Representantes de comunidades quilombolas e interessados na questão de territórios étnicos participam neste sábado, 28, do lançamento do livro “Quilombolas de Alcântara: território e conflito”, escrito por Davi Pereira Junior. O evento está marcado para as 9 horas na escola de 2º Grau “João Leitão”, na cidade de Alcântara.
Em dois capítulos, o livro trata sobre o intrusamento do território das comunidades quilombolas de Alcântara pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space. No primeiro capítulo, o autor discorre sobre os atos de intrusamento do território das comunidades de Baracatatiua e Mamuna, no município de Alcântara, no período de novembro de 2007 a abril de 2008, pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space. O conteúdo combina fotos, descrição dos atos predatórios ao território, informações georeferenciadas e um conjunto de mapas ilustrativos.
No segundo capítulo, o autor elabora um estudo de sobreposição, a partir da comparação de bases cartográficas da proposta apresentada às comunidades e movimentos sociais envolvidos na questão Alcântara com o laudo antropológico de Alcântara, de autoria do antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida. O estudo de sobreposição traz ainda ampla reflexão sobre as conseqüências e os imensuráveis danos às comunidades quilombolas de Alcântara com a eventual implantação do Centro Espacial de Alcântara (CEA).
Sobre o autor
Davi Pereira Junior é quilombola da comunidade de Itamatatiua, historiador formado pelo Centro de Estudos Superiores de Caxias da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), é membro do Grupo de Estudos Socioeconômicos da Amazônia (GESEA), pesquisador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), núcleo Maranhão, e especializando em Sociologia das Interpretações do Maranhão: Povos e Comunidades Tradicionais, Desenvolvimento Sustentável e Políticas Étnicas. Em toda a sua trajetória acadêmica e política tem participado ativamente da luta dos quilombolas pela garantia da existência desses grupos étnicos face a interesses comerciais transnacionais, representados na instalação do Centro Espacial de Alcântara.