Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens
Desde a década de 1980, os ribeirinhos lutam contra a construção desta barragem, que é pleiteada pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), empresa do Grupo Votorantim. Depois de muitas idas e vindas, incluindo a saída do projeto da esfera estadual para a federal, já que o ibeira de Iguape é um rio federal (pois abrange dois estados, São Paulo e Paraná); o indeferimento do primeiro EIA-Rima em 2003; e a apresentação de um novo em 2005, em fevereiro do ano passado, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) emitiu parecer favorável à obra, levando centenas de manifestantes a realizarem uma ação na sede do IBAMA, em São Paulo, na jornada de lutas de março.
Também em 2008, no mês de junho, militantes da Via Campesina e de organizações urbanas ocuparam a sede da Votorantim na capital paulista. Na ocasião, a polícia reprimiu violentamente os manifestantes, deixando várias pessoas feridas. O Movimento dos Atingidos por Barragens, a Via Campesina e demais organizações do Vale do Ribeira denunciam o grupo Votorantim, pois é uma empresa que atua em vários setores industriais se apropriando da terra, das águas, dos minerais e da biodiversidade, privatizando todos estes bens.
“A Votorantim consome cerca de 4% de toda a energia elétrica produzida no país, o que corresponde ao consumo de energia de um estado como Pernambuco, com 8 milhões de habitantes. A energia consumida é utilizada na produção de minérios e celulose, em sua grande maioria voltado para a exportação e nós não deixaremos que nos roubem nossas terras, nossos bens, para o cúmulo de capital dessa empresa”, afirmam as lideranças.
Atingidos por barragens de todo o Brasil se mobilizaram nesta semana reivindicando seis direitos e um novo projeto energético para o país. Em Adrianópolis, as atividades iniciam pela manhã e continuam durante todo o dia.