Fonte: www.outraeconomiacontece.wordpress.com
Será extensa e convidativa a programação cultural da 10ª Feira Estadual de Economia Popular e Solidária. Segundo, Mercedes Ribeiro, integrante da Coordenação do GT Cultura, a programação cultural terá como atividades shows, debates, desfiles, palestras e oficinas, totalizando mais de 70 atividades. Tais atividades começarão no dia 08.12 e irão até o dia 13.12.
Vale registrar que as inscrições ocorrerão na sala do CULTURAL da própria feira. Também o Pontão de Cultura Digital Minuano, parceiro da feira, estará com Oficinas Livres de produção multimídia, vídeo, web rádio e divulgação de produtos culturais e solidários na internet.
Acesse a programação cultural da Feira em www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_details&Itemid=18&gid=946
Saiba mais sobre a Feira: entrevista com Maribel Kauffmann
Entrevista do Blogue Economia Solidária RS com Maribel Kauffmann do comitê organizador da 10ª Feira Estadual de Economia Popular Solidária do Rio Grande do Sul, feira que acontecerá de 8 a 13 de dezembro no largo Glênio Peres em Porto Alegre/ RS.
Economia Solidária/RS: Maribel, primeiramente nos conte um pouco da história da Feira Estadual ela vem mantendo uma periodicidade anual? Sempre foi em Porto Alegre e no largo Glênio Peres?
Maribel Kauffmann: Com os Projetos de Alternativas Comunitárias da Caritas RS, que iniciaram nos anos 80, aconteceram os “encontrões” de Empreendimentos e em 1998 aconteceu a 1ª Feira da Solidariedade do RS, com 40 bancas e 60 expositores na Usina do Gasômetro. A partir de 2006, na 8ª edição, começaram a ser realizadas no Largo Glênio Peres, tendo 110 bancas com 157 EES de 59 municípios. Na 9ª Feira tivemos 91 estandes com 147 grupos, de 45 municípios que contemplavam quase 1000 expositores, mais de 3.000 pessoas envolvidas direta e indiretamente. Vale lembrar que o espaço físico total da feira foi menor, por haver obras de restauração do Mercado Público. Este ano, estamos na 10ª edição, teremos 101 bancas, o nº de expositores e pessoas envolvidas deverá ser maior. Com muito esforço ela vem sendo realizada anualmente em Porto Alegre, normalmente em setembro, com variação nos anos em que há eleições, pois tem a questão da legislação eleitoral, que limita o período em que é possível o aporte de recursos públicos aos eventos.
Economia Solidária/RS: Esse ano o lema da feira é “do local para o global, fortalecendo redes de EPS” Por que esse lema, e que estratégias são pensadas para articular ações de desenvolvimento local e formação de redes durante e após a feira?
Maribel Kauffmann: Este lema já vem de algumas edições, mas permanece considerado por todos, atual e importante. Temos que ter atuações que fortaleçam as ações do desenvolvimento local, buscando a sustentabilidade dos EES, precisamos avançar na contramão da crise mundial, valorizar as nossas experiências, os nossos produtos, os nossos cidadãos. Antes e durante a feira existem os momentos de formação, de troca de experiências, oportunidade em que os participantes podem realizar negócios entre si, ou ver em que momentos poderão realizar produções ou compras articulando mais de um EES. A própria organização da Feira Estadual é uma experiência de autogestão, do trabalho em equipes, das articulações entre vários atores da economia solidária (entidades de apoio, representação, universidades, gestores públicos, fóruns) para que ela se realize. Sempre há a inserção dos empreendimentos, via seus Fóruns de origem, na comissão organizadora, o que possibilita aos representantes dos empreendimentos se apropriarem de todo este conhecimento. Este ano, além dos realizadores, contamos com o apoio da Frente Parlamentar Estadual de Apoio a Economia Solidária, para as negociações com a SMIC e na mobilização dos recursos para a realização da feira. Foi uma experiência importante, onde vivenciamos que independente das correntes políticas, o nosso motivador comum é a economia solidária e podemos sim, com respeito e clareza, trabalharmos todos juntos, para alcançar objetivos concretos, como garantir a edição deste ano da feira estadual.
Economia Solidária/RS: Quais as estimativas para a feira? Dimensão do espaço que terão? (lonas, espaços de comercialização, espaços de articulação, atividades paralelas). Número de participantes esperados Empreendimentos Econômicos Solidários EES, fóruns locais regionais e consumidores (as)?
Maribel Kauffmann: A expectativa para este ano é que o valor da comercialização ultrapasse o da 9ª Feira (R$ 600.000,00). Para esta edição nosso orçamento prevê investimento de R$ 166.000,00 para realização da feira, onde dispomos de uma área coberta de 1.600 m², com 65 estandes de artesanato, 08 de alimentação urbana, 28 de agricultura familiar, praça de alimentação, cyber, mercado de trocas e palco para atrações culturais de nossas comunidades. Simultaneamente ocorrerão palestras, oficinas na sala 10 do Mercado Público e no Pontão de Cultura Digital Minuano. Estarão presentes fóruns regionais: Metropolitano, Vale dos Sinos, Litoral Norte, Serra, Central, fóruns municipais de Rio Grande, Stª. Vitória do Palmar. Teremos estandes do projeto Porto Alegre da Mulher, dos Indígenas e outros grupos sociais, teremos em torno de 45 municípios.
Economia Solidária/RS: Quem pode expor na feira, e querendo expor, como os grupos procedem? Tem inscrição antecipada, tem custos?
Maribel Kauffmann: Todo o trabalho de formação e articulação que é feito pela comissão organizadora, tem por objetivo o fortalecimento dos fóruns, por isso para expor na feira é necessária a participação no fórum de sua cidade. Onde não houver fórum, vale a apresentação ou indicação de uma entidade de apoio a Eco Sol. Normalmente as inscrições são socializadas através dos fóruns, e cada um pode ter os seus critérios para a participação nas feiras. Por exemplo, para o fórum de P Alegre, em feiras que exista o aporte de recursos públicos, os EES tem que ter 70% de presença das reuniões mensais, além de participar da formação específica para a feira. As datas de inscrições são iguais para todos, os prazos de pagamento também, e os valores das inscrições são definidos pelos segmentos: artesanato/confecção, agricultura familiar e alimentação urbana. Conforme a mobilização de recursos pode haver alteração nos valores. Este ano, por exemplo, o valor da segunda parcela terá desconto de 50%.
Economia Solidária/RS: Como organizadora e ativista da Economia Popular e Solidária, o que dirias para estimular aqueles(as) que querem vir comercializar, debater e passear na feira mas ainda estão em dúvida?
Maribel Kauffmann: A feira, sem dúvida, é a melhor oportunidade de conhecer este outro mundo e economia possíveis. Se olharem atentamente poderão observar a relação de afeto e confiança entre os participantes, a troca de experiências, de conhecimento. Poderão identificar a diferença que a geração de trabalho e renda tem em suas vidas e na de suas famílias. Os produtos oferecidos estão mais diversificados e sempre procurando melhorar a qualidade, mas com preços justos, que remunera com dignidade quem está produzindo. Nesta outra economia, temos um olhar no empreendedorismo, mas outro na solidariedade, no crescimento total do indivíduo. Queremos ser donos dos nossos destinos e ações, sem assistencialismo, mas com a proposição e oportunidade de crescimento de nossos negócios, com respeito ao ser humano e à natureza.