Fonte: Blog Brasil Local Rondônia
Aconteceu de 31 de julho a 03 de agosto, o I Encontro Estadual de Agroecologia, em Ouro Preto do Oeste. Promovido pela AROA e Via Campesina, o evento vem para afirmar que é possível viver na Amazônia sem desmatá-la, evidenciar a produção agroecológica, artesanato tradicional, iniciativas da Economia Solidária e outros. Segundo a organização, o evento também servirá para mapear as experiências da região.
O Encontro dividiu-se em Oficinas, Plenárias, Painéis, Exposição de Produtos, Festival da Semente Crioula, Apresentações Culturais. Além do que, vai receber representações de Economia Solidária ligadas ao Fórum Estadual e ao Brasil Local para a troca de experiências.
As temáticas das Oficinas: Educação Ambiental, SAF’s, Homeopatia, Comercialização e beneficiamento, Produção Animal e Vegetal, foram discutidas por um público de aproximandamente 300 pessoas de várias entidades de Rondônia, inclusive comunidades tradicionais indígenas e quilombolas, além de convidados de outros Estados.
Os encaminhamentos foram definidos em ações internas e externas à Aroa, bem como ampliação das representações. No intuito de fortalecer e articular a produção agroecológica do Estado resgatando a importância da agricultura familiar e propor políticas públicas que contraponham a política capitalista selvagem, em outras palavras, buscam construir e ampliar a produção dos agricultores de forma saudável e na perspectiva da geração de renda e soberania alimentar, melhorar a sua autoestima, promover o comércio justo e solidário e formar consumidores conscientes.
Brasil Local
Participaram do evento a Agente Laís dos Santos e Catarino, da Comunidade Quilombolas de Forte Príncipe da Beira, Sebastião, representante da Comunidade Santa Fé, a Coordenadora Estadual do Projeto, Andréa Mendes, e representantes do Fórum Rondoniense de Economia Solidária, Irenilda Dias, Cláudia e Josefa Bezerra.
Para os quilombolas a participação no evento é uma experiência muito positiva, uma vez que identificam-se totalmente nessa temática. O modo de viver e produzir do quilombola pescador, agricultor, ribeirinho é bem parecido com o descrito nas experiências replicadas nas oficinas, o que veio acrescentar foi o conteúdo das tecnologias sociais, a exemplo do PAIS, que ainda não conheciam, a possibilidade de articulação na perspectiva da agroecologia, do comércio justo e solidário e capacitações.
Painel da Economia Solidária
Participaram do Encontro os representantes da Coordenação Executiva do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, Clóvis Vailant (MT) e João Correa (PA). Apresentaram os temas Economia Solidária, FBES, Comercialização: Feiras Livres, Comércio Justo e Solidário e Certificação.
Festival da Semente Crioula e Feira
Cerca de 30 empreendimentos rurais participaram do I Encontro Estadual de Agroecologia, nos dias 02 e 03/08. Apresentaram desde produtos orgânicos até artesanato tradicional e reciclagem.
Presumem que mais de 150 tipos de sementes crioulas circularam no evento, entre trocas e doações. Tipos variados de milho, feijão, arroz, leguminosas, frutíferas, plantas de reflorestamento e recuperação do solo.
As sementes crioulas são utilizadas, na maioria das vezes, para alimentação da família do agricultor e ficam restritas às suas propriedades. Porém, a idéia é mudar essa característica. Essas técnicas e biodiversidade não podem ser extintas.
Apresentações culturais
Artistas locais, convidados e campesinos/as embelezaram, com suas interpretações e composições, o I Encontro Estadual de Agroecologia em Rondônia. Peças teatrais de protesto e agradecimento, música de raiz, tendas de palha de palmeira expondo o modo de vida campesino, cirandas e festa de integração.
Oficinas
Nas variadas temáticas do Encontro, cerca de 90 propostas surgiram durante as oficinas, entre elasincentivar organizações (associações, cooperativas, grupos informais) a comercializar de forma direta, fomentar a criação de grupos de consumo numa relação direta com o/a agricultor/a, promover a soberania alimentar a partir comunidades, organizar redes de produção, comercialização (lojas coletivas) e consumo, promovendo a integração campo e cidade, criar um grupo de trabalho dentro da AROA que discuta produção-comercialização-consumo dialogando com a Economia Solidária e Territórios, incorporar os princípios homeopáticos à extensão rural e pesquisa nas instâncias governamentais, universidades, entre outras propostas que estarão elencadas nas publicações dos anais do evento.
Festa de integração
Foram vários momentos de intregração entre participantes, em noites culturais e mesmo durante as palestras, feira, festival sementes crioulas e café da manhã.