Fonte: Notícia publicada no site da Adital
Os/as agricultores familiares do Ceará terão três dias, em Fortaleza, para mostrar o trabalho de muitos anos realizado no interior. A Feira de Agricultura Familiar, que ocorre de 4 a 6 de julho, no Parque de Exposições César Cals, localizado na Av. Sargento Hermínio, será uma oportunidade de negócio e de aprendizagem para os pequenos produtores. Mais de 200 deles vão expor seus produtos a partir das 17h. O público vai poder assistir a apresentações culturais a partir das 19h.
“Será um momento ímpar na vida desses agricultores. Poderemos expor o que produzimos no interior e, assim, mostrar à sociedade que podemos fazer parte da economia da capital”, afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece), Moisés Brás. A Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e a Fetraece, promotores do evento, esperam a presença de mais de 40 mil pessoas.
Foram realizados nove encontros regionais com o intuito de selecionar os produtos e os produtores para a feira. Planejou-se uma ampla programação de cursos de capacitação e palestras com a ajuda da Fetraece. O biodiesel será um dos temas abordados. “Há atualmente muito incentivo para o plantio da mamona. Mas temos que ter o cuidado para não transformar isso numa monocultura. Ela deve ser plantada junto a outros produtos”, ressalta Moisés. Entre os assuntos que serão discutidos, estão: mandiocultura, apicultura, agroecologia, agroindústria familiar, reforma agrária, melhoramento genético dos rebanhos e associativismo.
Segundo o presidente da Fetraece, o cenário da agricultura familiar no Ceará começou a se transformar a partir do primeiro governo do presidente Lula. Instituições financeiras como Banco do Nordeste e Banco do Brasil iniciaram amplos programas de apoio ao agricultor. Depois, com o novo governo do Estado, houve um aumento dos subsídios e do apoio técnico a essa área da agricultura.
Apesar disso, a agricultura familiar ainda precisa de mais incentivo. Uma das dificuldades apontadas por Moisés diz respeito à questão da assistência técnica: “A qualidade e a quantidade dos serviços precisam melhorar. Queremos expandir a produção daqueles que têm sua terra ou trabalham em parceria, e não somente daqueles que estão em assentamentos de reforma agrária”.
No entanto, de acordo com o presidente da Fetraece, as expectativas são as melhores possíveis para a efetividade do serviço num curto prazo: “O Governo Federal acabou de liberar cerca de R$ 80 bilhões para assistência técnica”. Essa verba faz parte do Programa Mais Alimentos, lançado ontem pelo Governo Federal com o objetivo de equipar e fortalecer a agricultura familiar brasileira e se contrapor à crise alimentar mundial e à alta excessiva dos preços das commodities agrícolas.
O investimento na organização da feira foi de R$ 400 mil, obtidos por meio de patrocínio e financiamento do Governo do Estado. Os produtos da agricultura familiar vão dividir espaço com aqueles tipicamente do interior como galinha caipira, queijo, castanha e peixes frescos, leite mugido na hora e outras iguarias com sabor do sertão. Hoje, as atividades da feira já começaram. Um seminário com a participação dos agricultores, do Banco do Nordeste e do Governo do Estado foi realizado, na tentativa de discutir um projeto para a agricultura familiar cearense. Mas a abertura oficial ocorre amanhã (4) a partir das 10h.
As matérias da Adital sobre Produção e Renda são produzidas com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil.