Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Crescimento econômico e desenvolvimento social, estratégia global levando em conta as realidades locais. Estes foram os destaques da sessão “Democracias e Progresso Social”, no 14º. Fórum Econômico Internacional das Américas – Conferência de Montreal, no Canadá, onde o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, foi o principal palestrante. Ele apresentou as políticas sociais brasileiras, com foco no Bolsa Família, nesta quarta-feira (11/06), terceiro dia de debates do principal encontro da área econômica das Américas. A íntegra do discurso do ministro está disponível no site www.mds.gov.br
“E necessário consolidar o novo patamar de desenvolvimento que vem se delineando em nosso País, mais justo e solidário, que combina crescimento econômico e inclusão dos pobres no mercado e na esfera dos direitos de cidadania”, afirmou o ministro Patrus na manha desta quarta-feira (11/06). Michael Reid, editor para Américas do The Economist, concordou: “Crescimento econômico e estabilidade são a melhor estratégia de combate à pobreza”. Também participaram da sessão Compton Bourne, presidente do Banco de Desenvolvimento do Caribe; Rosalia Arteaga Serrana, ex-presidente do Equador e secretaria geral da Organização do Tratado de Cooperação para Amazônia; e Gilles Rivard, vice-presidente da Agencia Canadense de Desenvolvimento Internacional (ACDI).
Ainda pela manha, o ministro Patrus Ananias se reuniu com o ministro do Emprego e Solidariedade Social do Quebec (Província do Canadá), Sam Hamad, que está interessado em manter intercâmbio com o governo brasileiro. O ministro canadense explicou as políticas do Quebec, que incluem repasse de 11 mil dólares canadenses ao ano para pessoas com deficiência pobres, qualificação profissional e políticas para aumento de renda de imigrantes e jovens sem trabalho. “Temos empregos e nosso desafio é qualificar. A pobreza no mundo é semelhante. Devemos começar pela educação, alimentação e saúde, cuidando do núcleo familiar”, afirmou Hamad.
O ministro brasileiro explicou as ações do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), lembrando que no Brasil o foco das ações está na família. Ele ficou especialmente interessado no projeto de economia solidária do Quebec, que tem por objetivo fortalecer a economia e também diminuir os custos de produção. “Quero estabelecer cooperação com o Quebec, em especial na questão de economia solidária”, afirmou. Os dois ministros acertaram que equipes do Canadá e do Brasil visitarão os programas desenvolvidos localmente pelos dois países. O MDS investe R$ 27,7 bilhões, por ano, em ações de segurança alimentar e nutricional, assistência social e transferência de renda, beneficiando 63 milhões de brasileiros (34% da população).
O ministro Patrus também assistiu a sessão plenária onde Michael Reid mostrou os avanços na América Latina, em especial das políticas sociais no Brasil, Chile e México. O almoço foi uma reunião de alto nível, com palestras de Jose Miguel Insulza, secretario geral da Organização dos Estados Americanos, e Henry Kissinger, ex-secretario de estado dos Estados Unidos. No período da tarde, o ministro ouviu as palavras da presidente do Chile, Michelle Bachelet. O evento é uma parceria entre o Fórum e o governo canadense, que custeiam a viagem do ministro brasileiro. Anualmente, o Fórum reúne representantes de alto nível de governos e organismos internacionais, empresários, acadêmicos e especialistas de todas as partes do mundo, bem como membros da sociedade civil, com o intuito de debater sobre os diferentes desafios da economia internacional.
Cooperação – O ministro Patrus também teve um encontro privado com o moderador da plenária e Vice-Presidente do Departamento para as Américas do Ministério de Cooperação Internacional do Governo do Canadá, Gilles Rivard. Através da Agência Canadense para o Desenvolvimento Internacional (CIDA/ACDI), o governo canadense implementa ações no exterior. No caso do Brasil, a Agência destinou 20 milhões de dólares canadenses (R$ 32,86 milhões) para o período de 2005 a 2010, com ações em saúde, trabalho, igualdade de gênero e etnia na periferia dos grandes centros urbanos, em especial no Nordeste.
No encontro, Rivard reforçou o desejo de cooperação com o MDS, em especial para financiamento de pesquisas e intercâmbio de experiências. A cooperação é feita através da Agencia Brasileira de Cooperação, setor do governo federal responsável pelos acordos de cooperação técnica internacional e ligado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Antes de deixar Montreal, o ministro Patrus deu entrevista aos jornalistas que cobrem o evento, explicando os principais desafios do Brasil na área social.
Segurança Alimentar – Nesta quinta-feira (12), o ministro dá uma palestra sobre Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil no Centro de Estudos em Segurança Alimentar da Universidade de Ryerson, em Toronto. Fundada em 1948, a Universidade possui o maior corpo estudantil de graduação do Canadá. O Centro Para Estudos em Segurança Alimentar e Nutricional foi estabelecido em 1994 para realizar pesquisas, educar e incentivar a prática profissional na área.
No local, funciona o Projeto Betinho, em homenagem a Hebert de Souza, que residiu em Toronto durante o exílio na década de 70 e coordenou a Campanha contra a Fome e pela a Vida. Além disso, há o Projeto Construindo Capacidades para Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil e Angola, financiado pela CIDA/ACDI com o objetivo de formar recursos humanos nos dois países. No Brasil, o Projeto é desenvolvido em Araçuaí (MG), Juazeiro (BA) e Fortaleza (CE), com apoio de ONG’s e governos locais.
O MDS destina R$ 688 milhões ao ano para atividades de segurança alimentar e nutricional. O Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) compra a produção de 85,5 mil agricultores familiares e repassa para 9,9 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. No Brasil, existem hoje 53 Bancos de Alimentos, 41 Restaurantes Populares e 323 Cozinhas Comunitárias em funcionamento, todos financiados com recursos do Governo Federal.