Fonte: www.caritasbrasileira.org
A especulação imobiliária em Brasília (DF) que já permitiu a construção de diversos condomínios irregulares no Distrito Federal, agora põe em risco as comunidades indígenas que vivem há mais de 20 anos na região. Um condomínio de luxo será construído por determinação do governador do DF, José Roberto Arruda (DEM/DF). A obra ainda depende do registro da área e prevê a construção de um conjunto habitacional para a classe média alta. O local pode abrigar aproximadamente 40 mil pessoas, além de instalações para o comércio. A estimativa é de que o metro quadrado no Noroeste, como será chamado, custará, em média, R$ 6 mil.
O local da obra, além de ser uma área de proteção ambiental possui um sítio arqueológico com diversas referências de ocupação indígena. Esta área foi tombada pela Organização das Nações Unidas em 1992, qualificada como “Reserva da biosfera mundial”. A Fundação Nacional do Índio (Funai) diz estar providenciando com o governo, um novo local para os índios. Os índios das etnias Fulni-ô-Tapuya, Cariri-Xocó e Tuxá, já sofreram um processo de deslocamento em 1969 quando foram expulsos de suas terras de origem na região de Águas Belas, no estado de Pernambuco.
Enquanto essas pendências não se resolvem as comunidades indígenas ganham tempo para tentar solucionar este problema. Em dezembro do ano passado elas enviaram uma carta denunciando este problema para organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura (UNESCO).