Fonte: www.radioagencianp.com.br
Em parceria com Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária no Estado de São Paulo (Pronera), quatro organizações do movimento camponês inauguraram nesta terça-feira (15) o curso de licenciatura plena em Pedagogia. A Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) também promove o curso, que reúne 60 educandos. Todos são filhos de assentados e terão sua formação voltada para as especificidades do campo.
Para a integrante da coordenação do curso e dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Enedina de Andrade, esta iniciativa é valorosa porque combate um processo histórico de negação aos trabalhadores rurais do acesso à universidade.
“São pessoas que tem ligação com a terra, pessoas que estão vinculadas com a reforma agrária. Então, além da gente ter acesso a escolarização, é um curso que vai trabalhar e vai se preocupar em fazer o resgate da memória dos povos camponeses, que é o que a gente ta perdendo”.
Segundo Enedina, os educandos não serão formados para ter só a questão da escola como foco de trabalho. Mas deverão “levar a participação da comunidade para dentro da escola para a escola também fazer parte da vida da comunidade”. De acordo com Enedina, trata-se de um curso popular.
“É a valorização da cultura e do conhecimento do povo do campo. O conhecimento popular também é científico e levar esse conhecimento para dentro da escola é dar uma outra dinâmica para o currículo escolar”.
Além do MST, as outras organizações paulistas que fazem parte do curso são a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FAF),a Federação dos Empregados Rurais Assalariados (FERAESP) e a Organização das Mulheres Assentadas e Quilombolas (OMAQUESP).