Fonte: Nossa América (nossaamericario@yahoo.com.br)
A crise que se abate sobre a Colômbia tem cerca de 50 anos. Desde 1946 com mortes em uma campanha presidencial o país vive uma divisão sangrenta que só interessa as forças da dominação interna e externa (USA). As FARC nasceram nos anos 60 combatendo a miséria e a exploração capitalista nos ideais da revolução Cuba e de Che, pela liberdade e o socialismo.
Em meados dos anos 80 as FARC deixaram as armas e decidiram participar do processo eleitoral. Com um apoio popular foi organizado o movimento União Patriótica, que reunia representantes de vários movimentos sociais da Colômbia, trabalhadores, intelectuais, militantes populares e sindicalistas. A UP conquistou uma grande vitória, encerrando o domínio dos partidos Liberal e Conservador. A UP venceu em mais de 300 prefeituras, mais de 10 senadores e mais de 50 deputados. Durante a campanha o candidato a presidente foi morto a tiros em um comício. Após menos de um ano as elites e barões da droga com apoio dos EUA, infligiram uma guerra contra a UP e mais de 50% dos deputados e prefeitos eleitos foram assassinados. As FARC tiveram que reorientar sua política e voltar as selvas e a guerrilha. É preciso entender a sociedade colombiana.
A Pressão contra o povo é terrível. A central sindical CUT, por exemplo teve mais de 10 dirigentes assassinados nos últimos 6 anos. Sem falar nos milhares de camponeses, moradores de bairros mortos pelos paramilitares, o Exército, as “milícias” e o tráfico.
Em um encontro internacional latino americano realizado em Niterói, há cerca de três anos, organizado por entidades sociais como o MST, o presidente do PCC – Partido Comunista da Colômbia, que é professor da Universidade em Bogotá, deu um depoimento de que ele só saia de casa, para reuniões, ou dar aulas com seguranças armados já que era constantemente vítima de ataques e ameaças contra a sua vida, já que tantos integrantes do partido e dos movimentos sociais tinham sido, seqüestrados, assassinados por esquadrões da morte.
Por isso a crise da Colômbia não tem saída militar! Como declarou o presidente Chávez, e outras forças políticas do país que vive tencionando em rupturas. Só um dialogo nacional com todas as partes resolverá a crise dos reféns e buscará a PAZ.
Um debate aberto com a mediação dos países da América do Sul, sem provocações do Governo Uribe contra o ELN e as FARC, sem a pressão dos Estados Unidos (CIA) que querem incentivar a chamada “Guerra as drogas” no Plano Colômbia(plano internacional para entregar nossos recursos ao império e suas empreas). Uma mesa de negociações onde as partes e a sociedade colombiana participem sem interferências.
Por Carlos A. M. – ANA RIO