Fonte: http://www.progresso.com.br/not_view.php?not_id=29327, por Lenita Gripa – icf

A revolução industrial, no final do século XVIII, deu origem à sociedade consumista como expressão de uma visão de desenvolvimento, baseado no predomínio das relações econômicas em detrimento das relações sociais e humanas.

A natureza passou a ser vista apenas como fonte de matéria prima, um bem econômico que pode ser explorada e depredada em função do seu valor econômico e comercial. Os meios de comunicação passam a exercer um poder de sedução, criando uma mentalidade acrítica nas pessoas, que consomem bens e serviços de forma alienada. A globalização trouxe modificação nos padrões de consumo de países e regiões. Homogeneizou produtos e comportamento de mercado considerados “modernos” e civilizados, levando à perda da identidade e dependência de povos e países, o que gerou aumento da desigualdade econômica. Enquanto 20% da população mundial utilizam 80% dos recursos e energias produzidos no Planeta, mais de 50% da população vivem na miséria absoluta.

Apesar do acesso ao consumo ser hoje bem maior do que há dois séculos, graças à variedade de produtos e serviços oferecidos que aumentam o conforto das pessoas, não é percebida uma melhora na qualidade de vida em termos de felicidade e realização. Há sim, um crescente processo depressivo de incerteza e frustração pelo não acesso permanente aos bens e serviços que a sociedade de consumo oferece. Esse processo tem provocado em pessoas e grupos, indignação e resistência. Estão surgindo uma diversidade de experiências e iniciativas que mantém estilos de vida próprios, fortalecendo sua identidade, protegendo o meio ambiente e desenvolvendo práticas culturais e econômicas que alimentam os valores da equidade, justiça, solidariedade, respeito e responsabilidade nas relações humanas. É a prática da Economia Solidária, que, das mais variadas formas, promove a valorização de trabalhadores(as) com suas diferenças, geram trabalho e renda e garantem a sustentabilidade do planeta.

A viabilidade da produção econômica solidária e da afirmação prática desta alternativa pós-capitalista está diretamente vinculada à difusão do consumo solidário. Podemos distinguir quatro tipos de consumo: alienado, compulsório, em razão do bem viver e solidário. O consumo alienado é aquele praticado por pessoas que são manipuladas pelas propagandas. Seguem a ilusão gerada pela publicidade e não observam a qualidade dos produtos, nem mesmo onde e como foram produzidos. A elas não interessa saber se foram feitos por empresas que exploram trabalhadores(as), protegem ou não o meio ambiente, etc.

O consumo compulsório se dá quando a pessoa busca sempre o que for mais barato, mesmo que o produto seja ruim. O importante é levar para casa, muitas vezes sem saber para quê, a maior quantidade que puder com os poucos recursos que tem. No consumo para o bem viver a pessoa opta por aqueles produtos que sejam satisfatórios para o seu próprio bem viver, garantindo sua singularidade. Aqui o que importa não é a marca do produto, nem a propaganda, mas a própria satisfação pessoal.

Já o consumo solidário é aquele praticado por pessoas, que, além de satisfazer às suas necessidades peculiares, desejam contribuir para gerar postos de trabalho aos desempregados(as), proteger o meio ambiente e melhorar o padrão de vida de todas as pessoas envolvidas, combatendo a exclusão social e a degradação do planeta.

Quando você consome produtos e serviços de empresas que exploram os trabalhadores(as) e destroem o equilíbrio ecológico, você é responsável pelos danos causados à humanidade. Mas, quando você pratica o CONSUMO SOLIDÁRIO, além de assegurar o seu bem viver, contribui para suprimir a exploração de trabalhadores(as), gerar trabalho e renda e manter o equilíbrio dos ecossistemas. Portanto, compete a VOCÊ decidir o que fará do seu dinheiro e, dessa decisão, depende o futuro da humanidade e do planeta.

Em Dourados, existem mais de 200 empreendimentos solidários, integrados por pessoas até então desempregadas, produzindo bens e serviços capazes de satisfazer suas necessidades. Artesanato, confecção em geral, produto de limpeza, alimentação (pão, cuca, bolo, bolacha, café orgânico, mel, rapadura, etc) e os serviços de buffet, som, organização de festas, pães, bolos, tortas, salgados e outros, poderão ser encontrados e contratados através da LOJA SOLIDÁRIA, agora em dois endereços: Rua Joaquim Teixeira Alves, 1909, telefone (67) 3427 3733 e no Terminal Rodoviário de Dourados (ao lado dos guichês). Você pode ainda visitar o site www.bancopire.org e conhecer melhor a Rede de Economia Solidária e seus parceiros.

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