Fonte: Leonardo Egito (leoegito@superig.com.br)
O Conselho Nacional de Economia Solidária, constituído durante a I Conferência Nacional e que reúne órgãos como os ministérios Trabalho e Emprego, Desenvolvimento Agrário, Cidades, Educação, Cultura, Fazenda,
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, dentre outros, e representantes da sociedade civil como Anteag, Unisol, Ancosol, Unicafes, OCB, Cáritas, ABONG, Sebrae, Pastoral Social do CNBB, dentre outros, propõe, através de comitês permanentes de política nacional, formação e assistência técnica, comercialização, redes e cadeias produtivas, crédito e finanças solidárias, marco jurídico, uma articulação mais direta com programas governamentais como qualificação profissional, microcrédito e primeiro emprego (MTE), desenvolvimento sustentável em territórios rurais (MDA), inclusão produtiva, proteção e acesso à alimentação (MDS), Brasil alfabetizado (MEC), saúde mental (MS), mineração (MME), dentre outros.
Caberá ao FBES encontrar um novo espaço de atuação diante desse cenário. Nesse sentido, está composta uma comissão de reestruturação, que já caminha para sua segunda reunião, com o propósito de discutir como ficará sua composição e qual será seu papel daqui por diante. Logo após a VII reunião da coordenação nacional do FBES prevista para abril, deverá acontecer a IV plenária nacional da ecosol em junho ou julho, que deverá ser precedida por plenárias estaduais, quando se discutirá um novo modelo de organização para a ecosol.
Tendo em vista a necessidade de reafirmação do FBES, a tendência é que este venha basear cada vez mais sua representação em torno dos empreendimentos e foruns estaduais, para dar continuidade a sua proposta original. Todavia, não devem ser desconsideradas as entidades de assessoria, que ainda cumprem um importante papel na formação e constituição dos empreendimentos, bem como na construção dos alicerces para políticas públicas, a partir das demandas que representam. Assim, é importante a construção/manutenção dos espaços tanto para empreendimentos, como para entidades de assessoria. Enquanto o Conselho Nacional de Economia Solidária cumpriria uma função mais deliberativa, com papel de fomentador/construtor de políticas públicas, certificador e fiscalizador, a probabilidade é que o FBES assuma funções de capacitador e articulador da sociedade civil.
Por fim, é fundamental uma articulação nos estados com o propósito de discutir a reestruturação do FBES, pelo menos quando possível, com membros da coordenação nacional e respectivos articuladores, para que se conheçam eventuais diferenças e possa ser construída uma pauta mínima de convergência, de modo a não fomentar movimentos antagônicos e independentes, que venham de alguma maneira prejudicar o movimento da economia solidária.