Fonte: Cáritas Brasileira
Representantes de entidades gestoras de fundos solidários, membros de vários conselhos e fóruns, entidades financeiras, representantes de trabalhadores de Economia Solidária, cooperativas de crédito, bancos comunitários, órgãos governamentais, agentes de desenvolvimento solidário, Igrejas e parlamentares com atuação no campo de finanças solidárias querem a criação de um Programa ou Política Nacional de Apoio a Fundos Solidários. Essa reivindicação saiu do Seminário Nacional de Fundos Solidários, realizada de 6 a 8 de fevereiro, em Brasília (DF).
No final do seminário, foi elaborada uma carta que em os participantes explicam como deve ser a criação desta Política/Programa. Para as entidades, essa Política/Programa tem que ser inserida na construção da política de finanças, tal como prevista na I Conferência Nacional de Economia Solidária (junho/2006); ter acúmulo de experiências e práticas de Fundos Solidários; protagonismo e o fortalecimento da cidadania; processos de mobilização e organização comunitária; gestão democrática; transversalidade e ou intersetorialidade; concepção de desenvolvimento sustentável e solidário e fontes de recursos diversificadas.
Para o padre Martinho Lentz, do Mutirão de Combate a Miséria e a Fome da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), essa Política/Programa vai beneficiar a camada mais pobre da população que não tem renda, trabalho e não recebe empréstimos de banco. São beneficiários de programas de transferência do Governo Federal e também aqueles que não têm acesso aos mesmos, como resgatados do trabalho escravo, portadores do vírus da Aids, etc. Além de associações, cooperativas, grupos de trabalho coletivo de economia solidária e outros. “Queremos que as pessoas tenham condições de ter emprego, renda e dignidade para que não fiquem apenas esperando pelos benefícios do Governo Federal”, explica o padre.
Um dos pontos na Carta que gerou forte debate entre os participantes foi a necessidade de mudanças no marco legal para viabilizar a utilização de recursos públicos para apoiar iniciativas de economia solidária e desenvolvimento local e sustentável desenvolvidas pela própria comunidades pobres.