Por William Glauber, do Diário do Grande ABC
Ao comemorar dois anos de fundação, a Unisol-Brasil (União e Solidariedade das Cooperativas e Empreendimentos de Economia Solidária) contabiliza crescimento de 220% no número de entidades filiadas. Mais de 190 delegados, reunidos em São Bernardo para o 1º Congresso Nacional da rede, assistiram ao salto de 82 cooperativas em 2004 para 180 neste ano, das quais 22 da região. Durante o evento, os associados avaliam a primeira gestão e traçam novas diretrizes.
Dia 28 de julho, os delegados, que representam mais de 8 mil cooperados de 16 estados do país, discutiram política e financeiramente, em encontros fechados, o posicionamento da Unisol-Brasil na economia solidária atualmente. À noite, a abertura oficial do Congresso da entidade contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, do presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique da Silva Santos, e de representantes de cooperativas da Argentina, Espanha, Holanda e Itália.
Os representantes dos cooperados definiriam o novo estatuto da entidade até o dia 29. Após as definições de regras da rede solidária, os delegados elegem a nova direção da entidade para um mandato de três ou quatro anos. A primeira gestão temporária comandou a rede de cooperativas por dois anos.
Crescimento
Para justificar a importância da economia solidária atualmente no cenário econômico nacional e valorizar o crescimento significativo da Unisol-Brasil nos últimos dois anos, o diretor-financeiro da entidade, Arildo Mota Lopes, cooperado da Uniforja, de Diadema, recorre a informações do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo a Senaes (Secretaria Nacional de Economia Solidária), o país somou 15 mil empreendimentos solidários em 2005, que geraram renda para 1 milhão de empregados.
Por conta disso, Lopes destaca que a inserção de novas cooperativas ao quadro de entidades filiadas à Unisol-Brasil aumenta devido ao surgimento de empreendimentos controlados pelos trabalhadores para a garantia e a manutenção da renda.
Filiação
Para participar da Unisol-Brasil, a cooperativa tem de atender às exigências regimentais da entidade. A primeira delas, já apresentada por Lopes, é a autogestão do negócio, que permite aos trabalhadores a definição das diretrizes da cooperativa. Pertencentes a diversos ramos da economia, as entidades devem integrar cadeias solidárias de produção como a do algodão orgânico, que integra cooperados desde o Rio Grande do Sul até o Ceará. Além dessa, destacam-se as cadeias da metalurgia e da produção de mel.