Fonte: lyciaribeiro@uol.com.br

Publicado no Diário do Nordeste, 24 de maio.

O modelo de economia solidária implantado no Banco Palmas, no Ceará, sai do mercado doméstico e vai se instalar em cidades da Venezuela, ainda neste semestre. Parceria nesse sentido, deverá ser fechada até a próxima sexta-feira, 26, com o Ministério para a Economia Popular (Minep) daquele país.

Dia 23 de maio, uma comitiva venezuelana formada por 20 dirigentes entre membros do governo e líderes populares das Caixas Rurais, Banco da Mulher, Banco do Povo Soberano e do Fundo de Desenvolvimento da Pequena e Micro Empresa (Fondemi), socializou suas experiências na área da economia solidária. Estiveram presentes representantes dos municípios, de ONGs e outros bancos sociais.

Segundo Sandra Magalhães, coordenadora de Projetos do Banco Palmas e responsável pelo intercâmbio entre o banco e o governo venezuelano, na implantação de sistema de moedas sociais circulantes, o presidente Hugo Chaves está construindo um instrumento de desenvolvimento para o país.

“O governo venezuelano está criando o marco legal, que vai facilitar a comercialização de produtos e o acesso ao crédito”, ressaltou.

Oferta

“Aqui no Brasil, a oferta de crédito não desce para as pessoas que realmente precisam”. “Esse intercâmbio com a Venezuela vai fortalecer as propostas de políticas públicas que estamos preparando e que iremos apresentar na Conferência Nacional de Economia Solidária, que acontece de 26 a 29 de junho em Brasília”, acrescentou Sandra Magalhães.

Ela disse também que o Encontro Estadual de Economia Solidária será realizado nos dias 1º e dois de junho, quando espera a participação de 400 delegados do Ceará.

Convênio

Como produto final da visita da comitiva venezuelana ao Banco Palmas, será assinado um convênio, que prevê a implantação de sistemas de moedas sociais naquele país. Em contrapartida, haverá possibilidade de investimentos no mercado cearense.

Sandra Magalhães, coordenadora de projetos do banco, adiantou já ter visitado várias cidades da Venezuela, num trabalho de sensibilização para as comunidades, explicando como funciona o modelo.

“Estamos assessorando a implantação e a nossa expectativa é a de instalar o sistema de moedas sociais circulantes, em Caracas, ainda nesse semestre”, reforçou.

A missão constará também da realização de oficinas sobre finanças solidárias, implantação de moeda e cartão sociais e de visitas à empreendedores que já recebem a moeda popular.