Dakar (Senegal / África) recebeu representantes de todos os países para o III Encontro Internacional sobre a Globalização da Solidariedade, entre os dias 22 e 26 de novembro. Neste encontro Rosemary Gomes, da FASE, e Daniel, da Secretaria Executiva do FBES participaram representando o FBES.
Em Dakar, os latino-americanos lá presentes fizeram várias reuniões para dar continuidade às articulações, tendo em vista principalmente o FSM2006, a governança do RIPESS (estrutura desejável de funcionamento desta rede, e compreensão melhor de seu histórico e estrutura atual) e a continuidade das articulações latino-americanas (Sta. Maria e Havana).
Há a preocupação da proposta para o FSM2006 tirada em Dakar casar com o que está sendo pensado pelo Conselho Hemisférico lá em Caracas.
Um ponto forte da conversa realizada por uma comissão formada por quatro pessoas, entre elas Rose/ FASE, era de pensar a incidência das ações de ES no FSM. Inclusive foi aprovada a proposta da América Latina defender, junto ao RIPESS, que este faça o pedido formal para entrar no Conselho Internacional do FSM. Outro ponto forte nos debates sobre o FSM2006 era o de buscar que haja confluência, tanto dentro da ES como com outros movimentos durante o evento.
Houve intensa participação da representação brasileira nas reuniões latino-americanas (e da América Latina com a África), e colaboração nos trabalhos das comissões formadas (Rose na do FSM2006, Daniel na de debate de Governança do RIPESS). A América Latina – AL chegou a uma proposta final que foi apresentada em plenária para o conjunto de participantes do encontro, que continha 3 itens sobre a governança do RIPESS, e em que apresentávamos o Plano de Trabalho da articulação latino-americana de Economia Solidária, que é a Carta de Cochabamba: em outras palavras, em Dakar consolidou-se a carta de Cochabamba como sendo o Plano de Trabalho de articulação da AL, e além disso deu-se um caráter de agenda latino-americana aos eventos de Sta. Maria e de Havana 2006.
Os três pontos de governança que apresentamos foram os seguintes:
1.Os encontros de RIPESS têm que ter um caráter deliberativo de construção de plataforma e consensos mundiais de Economia Solidária, e não serem simplesmente eventos isolados;
2.Não pode ser confundida a estrutura de decisões políticas da RIPESS com a estrutura de organização dos encontros mundiais. Em outras palavras, defendemos que a RIPESS espelhe, em sua estrutura de organização, o seu espírito de ser uma rede de redes.
A representação do Brasil defendeu que no próximo encontro internacional da RIPESS (Bélgica 2007), um dos pontos de pauta centrais seja a governança de RIPEESS, ou seja, a sua forma de organização: que as articulações continentais debatam este ponto e tragam propostas para chegarmos a definições no encontro mundial;
Em nossas reuniões da América Latina, definiu-se o seguinte quadro: GRESP (Peru) e FBES (Brasil) serão a representação latinoamericana no Conselho de Administração – CA da RIPESS, enquanto que México e a Rede de ES do Chile serão suplências.
Abdul Salam Fall foi reeleito pelo CA novamente como presidente de RIPESS, e se criou o novo cargo de “co-presidência executiva”, para o quel foi eleita a Bélgica, já que será a sede do próximo encontro. Esta solução veio com o objetivo de tentar separar a instância de decisões políticas da instância de organização do encontro.