Fonte: Adital Notícias (www.adital.com.br)

Centenas de entidades da sociedade civil assinaram carta a ser entregue hoje a Paul Wolfowitz, no seu primeiro dia de trabalho como presidente do Banco Mundial. Sua indicação recebeu sérias críticas nos círculos políticos e econômicos estadunidenses e, principalmente, mundiais. O ex-subsecretário da Defesa dos Estados Unidos do Governo Bush, foi um dos arquitetos da guerra no Iraque. Segundo a agência IPS, na ocasião da indicação pelo governo Bush, Wolfowitz tem 35 anos de carreira acadêmica e pública, mas nenhuma experiência direta em finanças ou planos de desenvolvimento, menos ainda em missões para reduzir a pobreza. Segundo a Rede Brasil contra Institutições Multilaterais, Wolfowitz como Presidente do Banco Mundial, transformaria a instituição em um instrumento auxiliar dos interesses geopolíticos dos EUA e seus aliados e reduziria seu caráter multilateral.

Na carta, as entidades afirmam que o acordo verbal que permite ao presidente dos Estados Unidos eleger sozinho o presidente do Grupo Banco Mundial é “arcaico e está em desacordo com as normas básicas do exercício democrático”. A carta destaca os desafios que o Banco Mundial e os países que o controlam precisam enfrentar pela frente e as demandas da sociedade civil global. As organizações civis acreditam que o Banco tem se transformado em instrumento para impor e manter um modelo econômico de desenvolvimento que serve apenas aos interesses de uns poucos governos e corporações, com destaque aos Estados Unidos enquanto torna os países clientes, a maioria dos membros, incapazes de afastar o Banco, e eles próprios, deste modelo, ou sequer de buscar alternativas.

As entidades da sociedade civil cobram de Wolfwitz um canal de diálogo, e aproveitam para criticar os gastos milionários com fundos públicos em processos, informes e recomendações que normalmente são ignorados pelo Banco Mundial. Exemplificam com os casos da Comissão Mundial sobre Represas, da Iniciativa para a Revisão Participativa do Ajuste Estrutural e da Revisão das Indústrias Extrativas. Os pareceres e recomendações foram ignorados porque concluíram que haveria necessidade de uma mudança de procedimentos, para que ficassem mais democráticos.

Leia a íntegra da carta enviada em: www.adital.com.br/site/noticias/16903.asp?lang=PT&cod=16903