Fonte: Juliana Farias (julianafarias@sescrio.org.br)

O SESC Rio promoveu no dia 16 de outubro atividade em prol do Dia Mundial da Alimentação. Foi lançado nesse dia a Campanha Banco Rio de Alimentos “Não deixe o Futuro Morrer de Fome”. Durante o evento ocorreu a Mostra de gastronomia sem desperdício e oficinas.

De acordo com o relatório sobre a fome no planeta, divulgado pela Organização das Nações Unidas, cerca de 950 milhões de pessoas são vítimas da fome, quase 1/6 da população mundial, consequência de uma crise de modelo de produção e consumo alimentar global.. Segundo os dados da ONU, um em cada três brasileiros sofre de desnutrição, um dos índices mais altos do planeta. E 280 crianças morrem no país, todos os dias, por doenças causadas pela fome antes de completar 1 ano. Segundo o IBGE/2004, no Brasil, são 14 milhões de pessoas passando fome. E no Estado do Rio de Janeiro, a fome atinge 518 mil, também segundo IBGE/2004

Para ajuadar a minimizar essa situação, no Dia Mundial da Alimentação (16/10), 7h, o SESC Rio lançará uma grande ação social com diversas atividades, com destaque para a Campanha de Arrecadação de Alimentos 2008 – as pessoas poderão colaborar levando suas doações a uma das 20 unidades do SESC Rio no Estado. O evento “Não deixe o futuro morrer de fome”, terá palestras, oficinas de culinária para crianças, lançamento de livro de receitas criativas. Uma delas é a “Mostra de gastronomia sem desperdício”, na qual receitas criadas pelas cozinheiras de algumas das 170 instituições atendidas pelo Banco Rio de Alimentos, com preparo de pratos na hora, serão servidas ao público para degustação. Todas as unidades do Sesc Rio estarão recebendo doações. O Banco Rio de Alimentos fica no Sesc Madureira – R. Ewbanck da Cãmara 90.

O Banco Rio acredita que uma das respostas à crise de alimentos está na garantia do acesso aos alimentos já disponíveis, pois a questão ainda a ser equacionada é da injustiça social. A discussão proposta pelo Banco Rio em sua Programação para o Mês da Alimentação será norteada pelo entendimento da crise de alimentos como uma resultante da combinação do aumento de demanda por produtos agrícolas, a rápida expansão dos biocombustíveis, da oferta insuficiente devido às mudanças climáticas e a impossibilidade econômica de acesso ao alimento. Desde a sua criação, dezembro de 2000, o Banco Rio de Alimentos, programa de combate à fome do SESC Rio, já beneficiou 34 mil pessoas com 41 milhões de refeições complementadas.

Combate à fome Banco Rio de Alimentos

O SESC Rio de Janeiro se preocupa intensamente com os desafios no atendimento ao público em situação de vulnerabilidade à fome em nosso estado.Esta preocupação deu origem ao programa BANCO RIO DE ALIMENTOS, o qual promove a ligação entre doadores de produtos alimentícios em condições de consumo, e instituições assistenciais idôneas que os recebem e os utiliza no preparo de suas refeições,

O Banco Rio de Alimentos é uma iniciativa pioneira do Sesc Rio de Janeiro no Estado que se baseia num conceito simples: permitir o recolhimento de alimentos onde há sobras para entregar onde tem fome. O Banco É UM PROGRAMA PERMANENTE que integra-se nos esforços de minimizar a fome no Estado e no país, facilitando a ação das empresas e pessoas físicas interessadas em doar gêneros alimentícios e colaborar para que instituições sociais sejam atendidas.

Para isso, as instituições cadastradas participam de ações educativas, de cursos e palestras que incentivam o aperfeiçoamento sobre manuseio de alimentos, higiene, estocagem de alimentos, aproveitamento integral dos alimentos, balanceamento nutricional e criação de receitas a partir dos alimentos doados pelo Banco.Os alimentos doados pelas empresas parceiras não têm mais poder de venda, mas estão adequados para o consumo, ou estão com prazo de validade muito curto ou um excedente de produção e precisam ser consumidos com segurança e qualidade.

Banco Rio de Alimentos em números (de 2000 a agosto de 2008):

* Doações coletadas e distribuídas – 6 mil toneladas

* Refeições complementadas – 41 milhões

* Doadores de alimentos – 233

* Doadores de serviço – 27

* Instituições atendidas Rio, Grande Rio e interior (desde a inauguração): 416

* Voluntários – 83

* Pessoas atendidas: 34 mil

Saiba Mais…

Dia Mundial da Alimentação

Neste ano, os principais temas de debate e reflexão do Dia Mundial da Alimentação (16/10) serão “Mudanças Climáticas, Bioenergia e a Crise de Alimentos” (FAO/08). Fazendo um recorte para a realidade do Brasil, o Banco Rio de Alimentos, nos meses de outubro e novembro, propõe, por meio de programação de atividades, uma reflexão sobre o futuro do planeta, tendo como foco a questão da alimentação. No 7° Congresso Mundial de Direito Agrário da UMAU, já se afirmava que a segurança alimentar não é sinônimo de socorro alimentar.

Outra resposta está no consumo consciente – antes que a comida chegue ao prato, os alimentos são transformados, embalados, transportados e exigem um grande gasto de energia: em 2002 a produção de alimentos nos Estados Unidos representava 17% do consumo de combustíveis fósseis (como gasolina). Este índice poderia ser modificado com o “consumo de produtos locais, obtidos mediante um sistema agrícola orgânico, próprio de cada estação, com menos embalagens e o cultivo de alimentos próprios”.

O sistema brasileiro de abastecimento de alimentos deu prioridade aos produtos pré-preparados e embalados, comprados em grandes redes de supermercado, acompanhando fenômenos ocorridos na Europa Ocidental e América do Norte. O padrão tecnológico adotado na produção e transformação de alimentos compromete a qualidade da alimentação, fomentando hábitos não saudáveis pela população.

Números da fome e da desinformação Fome oculta No Brasil, 14 milhões de pessoas ainda sofrem com a fome e a desnutrição, segundo a PNAD/2004, convivendo com algum grau de insegurança alimentar. Além da fome e desnutrição, surgiu outro problema: a ampliação de pessoas com excesso de peso e com obesidade. Este fenômeno (conhecido por fome oculta) afeta todos os segmentos e classes sociais. Está associado a um maior consumo de alimentos ricos em gordura e açúcares, à urbanização do país, à automatização de atividades, ao aumento da cobertura de transportes modernizados e a redução de prática de atividade física.

O maior estudo epidemiológico realizado no Brasil sobre hábitos alimentares revelou que ate 90% da população ingerem uma quantidade muito abaixo da recomendada dessas substâncias. Isso ocorre mais por questões culturais do que socioeconômicas e tem impacto sobre a saúde da população. A fome oculta é um problema nutricional mais prevalente no mundo hoje, acometendo uma entre quatro pessoas, segundo dados do Banco Mundial.

Acesso ao alimento Diante deste cenário, somado a realidade das instituições atendidas pelo programa nesses 8 anos de atuação, o Banco Rio de Alimentos reconhece sua ação como um programa de acesso ao alimento, assumindo o seguinte modelo de ação:

– Possibilitar o acesso ao alimento – Fortalecimento das Instituições assistenciais nos aspectos gerenciais, técnicos e estrutura física para atendimento ao assistido.

– Desenvolver redes sociais sustentáveis de novos arranjos econômicos, culturais e ambientais locais. O Banco Rio de Alimentos estará desta forma, retomando seu papel enquanto programa de fomento a busca de caminhos que levem à transformação social sustentável, tendo a doação de alimentos como ponto de partida e não como fim nela mesma.

Acesse no site do FBES deliciosas receitas em www.fbes.org.br/?option=com_docman&task=doc_download&gid=883&Itemid=18