Fonte: Adital Notícias (http://www.adital.com.br/)

Adital – O prazo dado pelo governo nacional e acordado com os movimentos sociais de El Alto para que a empresa de fornecimento de água e esgoto, de origem francesa, Águas do Illimani, saia do país termina no final deste mês. Segundo informações da imprensa boliviana, o ex-presidente Carlos Mesa prometeu que, até julho deste ano, a multinacional, do grupo Suez, deverá estar legalmente fora da cidade de El Alto. Se não se cumprir o prazo previsto que demanda a rescisão de contrato com a mencionada subsidiária da transnacional Suez, as associações comunitárias de El Alto começarão a executar medidas de pressão radicais, anunciou Abel Mamani, presidente da Federação de Associações Comunitárias (Fejuve) de El Alto, à imprensa.

Com a execução de uma paralisação cívica em janeiro e março deste ano, as associações comunitárias conseguiram com que o governo central se comprometesse, através de um decreto, com a rescisão do contrato de serviço de água com a empresa Águas do Illimani (AISA). No entanto, os dirigentes da Fejuve consideraram que a saída da mencionada empresa deveria ser viabilizada no prazo de três meses.

O presidente da Fejuve informou que os três meses foram estabelecidos com base no inventário que deve ser feito para rescindir o contrato que foi assinado e que não teria sido cumprido pela AISA. O serviço da AISA se baseou apenas no lucro, levando em conta que resistiu, permanentemente, a estender o serviço para as novas vilas que nasceram na cidade de El Alto.

Mamani informou que os dirigentes da Fejuve, com a finalidade de que a empresa não tire proveitos econômicos, fazem denúncias ante diversas organizações, inclusive em nível internacional. Já se tinha evidenciado que a AISA tem o apoio de organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O dirigente da organização, que agrupa as mais de 540 associações comunitárias, informou que uma vez que chegue julho, os altenhos já não querem saber mais da Águas do Illimani e estão dispostos a retomar a paralisação cívica indefinida, cuja base é o bloqueio das principais vias consideradas de ligação e outras medidas radicais.

Mamani informou também que, numa primeira reunião que mantiveram com o novo titular da Superintendência de Saneamento Básico (Sisab), Alvaro Camacho, informaram a ele essa situação.

Mamani informou que será articulado esse movimento com a participação da Central Operária Regional (COR), a Federação Sindical Única dos Trabalhadores Camponeses do Departamento de La Paz “Túpaj Katari”, a Federação Departamental de Transporte Interprovincial e a Universidade Pública e Autônoma de El Alto (UPEA).